São Paulo, terça-feira, 20 de março de 2007

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Britânico Barclays negocia aquisição do ABN Amro

Compra formaria um dos 5 maiores bancos do mundo

DA REDAÇÃO

O Barclays anunciou ontem que está mantendo "negociações exclusivas" para a compra do ABN Amro, no que poderá vir a ser a maior aquisição do setor de serviços financeiros já realizada em todo o mundo. O negócio pode ultrapassar os US$ 80 bilhões, segundo pessoas ligadas ao assunto.
Com a aquisição da instituição holandesa, que possui agências em 53 países, o Barclays, do Reino Unido, passaria a ser um dos cinco maiores bancos do mundo -atualmente está na 15ª posição. Juntos, eles teriam negócios em quase todos os principais mercados mundiais.
O negócio permitiria ao banco britânico ter uma forte penetração no mercado brasileiro, além de Ásia e Holanda. O ABN Real ficou em terceiro lugar no ranking dos maiores bancos privados do país no ano passado, de acordo com lista elaborada pelo Banco Central, superado por Bradesco e Itaú.
Os holandeses compraram o Banco Real em 1998, por US$ 2 bilhões. No ano passado, o ABN Amro, que conta com cerca de 13,1 milhões de clientes no Brasil, teve lucro de R$ 2 bilhões no país, valor 43% superior ao resultado de 2005, quando a instituição registrou um lucro de R$ 1,4 bilhão.
Metade do lucro do Barclays (aproximadamente US$ 6,9 bilhões) já vem de fora do Reino Unido e ele está tentando aumentar a sua participação em mercados com altos índices de crescimento econômico, como Índia, África e Oriente Médio.
John Varley, principal executivo do banco britânico, afirmou a analistas um mês atrás que pretendia promover um crescimento "agressivo" para a instituição.
Ontem, após informações de que os dois bancos estavam em negociações, as ações do ABN Amro se valorizaram 9,7%, o que avalia a empresa em cerca de US$ 76 bilhões. Já as ações do Barclays caíram 0,8%.

Problemas
As discussões acontecem no momento em que Rijkman Groenink, principal executivo do ABN, está defendendo sua empresa contra as solicitações de acionistas, entre os quais o The Children's Investment Fund, para que o banco seja desmembrado ou vendido.
Atualmente, o banco tenta cortar os gastos referentes à compra do italiano Banca Antonveneta, em 2006, e reduzir despesas relativas a empréstimos não-quitados nos EUA, na América Latina e em Taiwan.
A negociação com o Barclays surge depois de várias especulações de que bancos como BNP Paribas, Société Générale e BBVA estariam interessados.


Com agências internacionais

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