São Paulo, sexta-feira, 20 de março de 2009

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Agência de risco elogia corte no Orçamento e aperto fiscal menor

Sergio Lima/Folha Imagem
O ministro Paulo Bernardo, que anunciou cortes no Orçamento

DENYSE GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL

A agência de classificação de risco Fitch Ratings avalia como positivos os cortes no Orçamento e na meta de superávit primário (economia para pagar juros) anunciados ontem pelo Ministério do Planejamento. "É bom que a administração federal esteja reforçando sua prudência para manter a confiança na política fiscal", diz Shelly Shetty, diretora sênior de ratings soberanos da Fitch.
Mesmo tendo concedido ao país, em 2008, o chamado grau de investimento -um selo de qualidade que indica pouca probabilidade de calote em dívidas-, as principais agências apontavam que os elevados gastos públicos continuavam sendo um grande problema justamente porque, quando a arrecadação de impostos caísse, seria difícil sustentá-los.
Mesmo com a queda das receitas verificada neste início de ano, a diminuição da meta do superávit é bem-vista, na medida em que pode deixar uma margem maior para que o governo aplique recursos em obras públicas e outros projetos que ajudem a sustentar a economia. "Ainda há que observar como será feito esse remanejamento", diz Shetty. "Deve-se preservar os investimentos e limitar as despesas correntes."
A Fitch prevê que, "na melhor das hipóteses", o Brasil apresente crescimento zero em 2009, devido a três choques que atingiram a América Latina com força desde setembro do ano passado: a crise global, a baixa nos preços das commodities agrícolas e metálicas e a redução do fluxo internacional de capitais. A região deve ter uma retração de 0,9%, mas partindo de uma situação que talvez fosse a sua melhor em décadas, afirmou a agência em estudo divulgado ontem.
"O grau de resiliência das nações da região e de suas políticas em meio às atuais incertezas determinará a trajetória dos "ratings'", diz o relatório. A perspectiva para a nota brasileira é estável -para um eventual rebaixamento, é preciso modificá-lo para negativo antes. O aumento da dívida pública ou uma queda acentuada das reservas em moeda estrangeira (atualmente perto dos US$ 200 bilhões) seriam mal recebidos, alerta a Fitch.


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