São Paulo, sexta-feira, 20 de abril de 2007

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Mercado Aberto

@ - guilherme.barros@uol.com.br

Grupo americano sai do país e Telexpo não será realizada

A Telexpo, que durante anos foi a maior feira de telecomunicações do Brasil, não será mais realizada. A subsidiária brasileira do Questex Media, grupo americano que realiza feiras, congressos e é dono de 23 publicações em todo o mundo, entrou em processo de liqüidação há duas semanas e encerrou as operações no país. No fim do ano passado, a empresa já tinha decidido acabar com a revista "RNT", uma das mais renomadas da área.
Realizada desde 1999, a Telexpo reunia os principais fabricantes de equipamentos e serviços de telecomunicações. Na edição de 2005, chegou a ter 400 expositores, 42 mil visitantes e gerou negócios da ordem de R$ 100 milhões. Segundo a empresa, o motivo para o encerramento da operação foi a opção por dedicar-se aos mercados europeu e asiático.
O Questex não foi o único grupo de mídia americano a sair recentemente do inóspito meio empresarial brasileiro. Há um mês, o IDG Group mudou seu modelo de negócios no país, fazendo uma operação conhecida como "management buyout" (em que os controladores vendem a subsidiária para a equipe local que estava à frente do negócio). Com isso, as revistas "Computerworld", "PC World", "CIO" e o site IDG Now, todos do grupo IDG, ainda são publicados no Brasil, mas como marcas licenciadas.
"O Brasil é muito diferente para os americanos, principalmente no que diz respeito a questões burocráticas", afirma Silvia Bassi, presidente do IDG no Brasil.
As dificuldades com a cultura local - e baixo retorno sobre investimentos - são os motivos apontados por analistas para a desistência do mercado brasileiro. "Os americanos querem transpor seu modelo de negócios para cá, mas isso não funciona", diz Rogerio Roman, gerente de convergência da consultoria PricewaterhouseCoopers. "Aqui a rentabilidade é menor e há muitos entraves legais e tributários."
No caso do Questex, a empresa ainda enfrentou a concorrência da Futurecom, que se tornou a principal feira de telecomunicações do país no lugar da Telexpo.
"A Futurecom, no entanto, é um lugar de relacionamento", afirma Eduardo Tudi, presidente da consultoria Teleco. "Há espaço para uma feira desse tipo em São Paulo, principalmente se ela abrigar pequenas e médias empresas que não conseguem chegar nas operadoras por vias tradicionais."

NA MAQUETE
A mostra de decoração Casa Cor, que em 2007 completa 21 anos, alcançou o maior número de patrocinadores de sua história. Neste ano serão 14 marcas a apoiar o evento, entre elas Deca, GM, "Casa Claudia", Luxaflex, Credicard Citi, Semp Toshiba, Comgás, H2OH!, D&D Shopping e Gyotoku. A mostra está sob gestão do Pátria Banco de Negócios. "Também esperamos alcançar o recorde de visitantes, que deve chegar a cem mil pessoas", afirma Cristina Ferraz, diretora do evento que comanda as obras de montagem desde 1999. A Casa Cor, que já opera no Peru, prepara-se para abrir duas novas franquias no exterior, no Panamá e na Suécia, em junho e setembro respectivamente.

TERCEIRIZADO
Cerca de 90% das empresas planejam manter ou aumentar o nível de terceirização na área de tecnologia da informação, segundo pesquisa da KPMG International, "Evolução Estratégica: um exame global sobre terceirização". O estudo ouviu 650 organizações. Muitas afirmaram que o valor estratégico da terceirização não é medido com precisão, já que 72% dos clientes não têm critérios específicos para essa avaliação. Segundo a pesquisa, os processos de seleção são longos e caros, 79% dos clientes disseram não poder quantificar o custo interno do processo e 50% afirmaram que levaram mais de seis meses para finalizar a seleção.

PROTESTOS
Em março, a apresentação de títulos no Serviço Central de Protesto de Títulos voltou a subir. Foram 233.692 títulos, contra 191.888 em fevereiro, segundo o Instituto de Protestos de SP. Do total, foram devolvidos como irregulares 24.041 títulos, que por alguma razão não puderam ser sequer intimados.

CONSTRUÇÃO
A InPar vai começar a atuar no Rio Grande do Sul com empreendimentos residenciais destinados à classe B. O primeiro deles será em Porto Alegre e terá lançamento no início de maio. Trata-se de uma parceria com a construtora local Santa Fé.

DESPEDIDA
Depois de quatro anos como presidente da Sun Microsystems no Brasil, Cleber Morais deixou a empresa. Ainda sem novo destino, ele pensa em tirar um período sabático antes de aceitar nova empreitada. Durante sua gestão, a Sun cresceu 20% ao ano no país. Em seu lugar, assume interinamente Rodolfo Fontoura, diretor de vendas da filial do Rio de Janeiro.

NO PASTO
Entre os 8,4 milhões de domicílios rurais brasileiros, 97% assistem TV, 44% lêem jornais com freqüência e 29% acessam a internet todos os dias. As informações são a conclusão de uma pesquisa encomendada pela nova empresa de Nizan Guanaes, a N Idéias, que agora é responsável pela consultoria do Canal Rural. O objetivo foi identificar os hábitos dos moradores das zonas rurais do Brasil para reformular a grade de programação da emissora. O levantamento aponta também que cerca de 74% dos lares pesquisados possuem antenas parabólicas.

VALE-CULTURA
A francesa Sodexho vai lançar, semana que vem, em São Paulo, um tíquete para cultura. Nos moldes do cartão refeição ou alimentação, o Cultura Pass poderá ser usado para ir ao cinema, ao teatro, adquirir livros, discos e ingressos de espetáculos. O objetivo, segundo a Sodexho, é se antecipar às alterações da Lei Rouanet, que dá benefícios fiscais a empresas que incentivam cultura.

CHÁ DAS CINCO
A rede de franquia Rei do Mate vai ampliar sua expansão com dez inaugurações nos próximos 45 dias.


com ISABELLE MOREIRA e JOANA CUNHA

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