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Móveis viram alvo de compra, após "boom" nas construções
Depois da reforma vem a fase da decoração; informática e celular seguem na preferência do consumidor, diz pesquisa
Expectativa de compra refere-se a este trimestre; disponibilidade para gastos extras caiu à metade, apesar de a renda ter crescido 6%
DENISE BRITO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Após investir em material de
construção para reformar ou
expandir sua casa -o tradicional "puxadinho"-, o consumidor quer comprar móveis para
substituir ou complementar os
que já possui. Essa é uma das
conclusões da pesquisa sobre
expectativas de consumo para
o segundo trimestre deste ano,
divulgada ontem pelo Provar
-núcleo de pesquisa sobre varejo, da USP- e pela consultoria Canal Varejo.
O ranking de bens duráveis
na preferência do consumidor
é liderado por móveis, seguido
de informática, telefonia e celulares, linha branca e eletroeletrônicos. Material de construção, que, nos dois trimestres
anteriores, estava em quarto e
terceiro lugares, respectivamente, caiu para oitavo.
"As pessoas que gastam com
reformas são impelidas naturalmente a comprar móveis.
Diante da necessidade de acomodar esses gastos no orçamento, porém, eles aparecem
dependendo do comprometimento da renda do indivíduo",
afirma Cláudio Felisoni, coordenador do Provar.
O aumento da procura por
móveis tem sido percebido desde o último trimestre de 2006,
segundo o superintendente da
Abimóvel, associação nacional
de fabricantes do ramo, João
Araújo. "Janeiro, por exemplo,
é um mês atípico, com vendas
em queda devido aos gastos de
fim de ano, e o patamar de vendas se manteve estável. Mas há
outros fatores de influência, como o fato de as indústrias que
trabalham com móveis mais
populares estarem perdendo
espaço para os chineses na exportação e se voltando para o
mercado interno. Por isso, com
a maior oferta, o preço tende a
cair, e a qualidade, a subir."
Dia das Mães
Em relação ao mesmo período de 2006 e considerando as
datas comemorativas do período (Dia das Mães e Dia dos Namorados), o percentual de pessoas com intenção de comprar
caiu de 69,2% para 54,8%, reflexo da saturação do crediário
para comprar bens duráveis.
Apesar de a renda média ter
crescido 5,87% no último ano
(dado do IBGE), descontadas
as despesas básicas, o consumidor dispõe hoje de 11,7% de sua
renda para gastos extras, ante
20,6% no mesmo período em
2006. "Do ponto de vista estrutural, a mudança não é grande,
pois a renda da base da pirâmide é muito baixa, e o fôlego das
famílias, curto", diz Felisoni.
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