São Paulo, sexta-feira, 20 de abril de 2007

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Móveis viram alvo de compra, após "boom" nas construções

Depois da reforma vem a fase da decoração; informática e celular seguem na preferência do consumidor, diz pesquisa

Expectativa de compra refere-se a este trimestre; disponibilidade para gastos extras caiu à metade, apesar de a renda ter crescido 6%


DENISE BRITO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Após investir em material de construção para reformar ou expandir sua casa -o tradicional "puxadinho"-, o consumidor quer comprar móveis para substituir ou complementar os que já possui. Essa é uma das conclusões da pesquisa sobre expectativas de consumo para o segundo trimestre deste ano, divulgada ontem pelo Provar -núcleo de pesquisa sobre varejo, da USP- e pela consultoria Canal Varejo.
O ranking de bens duráveis na preferência do consumidor é liderado por móveis, seguido de informática, telefonia e celulares, linha branca e eletroeletrônicos. Material de construção, que, nos dois trimestres anteriores, estava em quarto e terceiro lugares, respectivamente, caiu para oitavo.
"As pessoas que gastam com reformas são impelidas naturalmente a comprar móveis. Diante da necessidade de acomodar esses gastos no orçamento, porém, eles aparecem dependendo do comprometimento da renda do indivíduo", afirma Cláudio Felisoni, coordenador do Provar.
O aumento da procura por móveis tem sido percebido desde o último trimestre de 2006, segundo o superintendente da Abimóvel, associação nacional de fabricantes do ramo, João Araújo. "Janeiro, por exemplo, é um mês atípico, com vendas em queda devido aos gastos de fim de ano, e o patamar de vendas se manteve estável. Mas há outros fatores de influência, como o fato de as indústrias que trabalham com móveis mais populares estarem perdendo espaço para os chineses na exportação e se voltando para o mercado interno. Por isso, com a maior oferta, o preço tende a cair, e a qualidade, a subir."

Dia das Mães
Em relação ao mesmo período de 2006 e considerando as datas comemorativas do período (Dia das Mães e Dia dos Namorados), o percentual de pessoas com intenção de comprar caiu de 69,2% para 54,8%, reflexo da saturação do crediário para comprar bens duráveis.
Apesar de a renda média ter crescido 5,87% no último ano (dado do IBGE), descontadas as despesas básicas, o consumidor dispõe hoje de 11,7% de sua renda para gastos extras, ante 20,6% no mesmo período em 2006. "Do ponto de vista estrutural, a mudança não é grande, pois a renda da base da pirâmide é muito baixa, e o fôlego das famílias, curto", diz Felisoni.


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