São Paulo, domingo, 20 de abril de 2008

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Resistência a produtos dos EUA ajuda exportadores brasileiros

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O número de empresas brasileiras que exportam para a Venezuela cresceu ano a ano durante os dois mandatos do presidente Lula. Em 2003 eram 1.701 empresas; hoje, são 3.160 -o aumento é de 86%.
"O intercâmbio comercial vem crescendo muito nos últimos cinco anos, com tendência contínua, e 2008 sinaliza a continuidade dessa tendência", diz José Marcondes Neto, presidente da Câmara Venezuelana-Brasileira de Comércio.
Segundo o vice-presidente da AEB (Associação dos Exportadores do Brasil), José Augusto de Castro, dois fatores têm impulsionado a venda de produtos brasileiros à Venezuela.
O primeiro é o sentimento de resistência aos Estados Unidos. O chamado antiamericanismo tem feito o Brasil se posicionar como o principal fornecedor de produtos e serviços para a Venezuela.
O segundo ponto favorável é a linha de crédito oferecida pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para empresas brasileiras exportarem para o mercado venezuelano. "A Venezuela é uma grande exportadora de petróleo e isso a posiciona como país de baixo risco soberano e favorece as exportações."
Em se tratando de investimentos diretos, por meio da montagem de fábricas na Venezuela, a análise feita por Castro é mais cuidadosa. "A internacionalização efetiva na Venezuela é arriscada e recomendamos cautela", diz ele.
Na quinta-feira, o assessor internacional da Presidência, Marco Aurélio Garcia, afirmou que o Brasil vem investindo em projetos para capacitar tanto a indústria como o agronegócio da Venezuela.

Crise favorece o Brasil
A crise diplomática entre a Venezuela e a Colômbia, que hoje se transformou em rusga política entre os dois países, também beneficia o Brasil.
Tradicional fornecedora de produtos básicos para os venezuelanos, como carne, frango, ovos e leite, a Colômbia corre o risco de perder esse mercado para os produtores brasileiros.
A Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos), por exemplo, recebeu a sinalização clara de uma equipe do governo venezuelano na semana passada.
O presidente Hugo Chávez quer substituir compras hoje feitas nos Estados Unidos e na Colômbia por fornecedores brasileiros. (LO e ID)


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