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Resistência a produtos dos EUA ajuda exportadores brasileiros
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O número de empresas brasileiras que exportam para a Venezuela cresceu ano a ano durante os dois mandatos do presidente Lula. Em 2003 eram
1.701 empresas; hoje, são 3.160
-o aumento é de 86%.
"O intercâmbio comercial
vem crescendo muito nos últimos cinco anos, com tendência
contínua, e 2008 sinaliza a continuidade dessa tendência", diz
José Marcondes Neto, presidente da Câmara Venezuelana-Brasileira de Comércio.
Segundo o vice-presidente da
AEB (Associação dos Exportadores do Brasil), José Augusto
de Castro, dois fatores têm impulsionado a venda de produtos brasileiros à Venezuela.
O primeiro é o sentimento de
resistência aos Estados Unidos.
O chamado antiamericanismo
tem feito o Brasil se posicionar
como o principal fornecedor de
produtos e serviços para a Venezuela.
O segundo ponto favorável é
a linha de crédito oferecida pelo BNDES (Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e
Social) para empresas brasileiras exportarem para o mercado
venezuelano. "A Venezuela é
uma grande exportadora de petróleo e isso a posiciona como
país de baixo risco soberano e
favorece as exportações."
Em se tratando de investimentos diretos, por meio da
montagem de fábricas na Venezuela, a análise feita por Castro
é mais cuidadosa. "A internacionalização efetiva na Venezuela é arriscada e recomendamos cautela", diz ele.
Na quinta-feira, o assessor
internacional da Presidência,
Marco Aurélio Garcia, afirmou
que o Brasil vem investindo em
projetos para capacitar tanto a
indústria como o agronegócio
da Venezuela.
Crise favorece o Brasil
A crise diplomática entre a
Venezuela e a Colômbia, que
hoje se transformou em rusga
política entre os dois países,
também beneficia o Brasil.
Tradicional fornecedora de
produtos básicos para os venezuelanos, como carne, frango,
ovos e leite, a Colômbia corre o
risco de perder esse mercado
para os produtores brasileiros.
A Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas
e Equipamentos), por exemplo,
recebeu a sinalização clara de
uma equipe do governo venezuelano na semana passada.
O presidente Hugo Chávez
quer substituir compras hoje
feitas nos Estados Unidos e na
Colômbia por fornecedores
brasileiros.
(LO e ID)
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