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Oscilação da Bolsa volta ao nível pré-crise
Altas e baixas nos preços das ações têm diminuído de intensidade nas últimas semanas, ajudando investidor a fazer aplicações
Neste mês, Bovespa sobe 11,86%; apesar dessa rápida alta, não quer dizer que a Bolsa seguirá acumulando ganhos, alertam analistas
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
As últimas semanas têm sido
animadoras para os investidores que aplicam em ações. Além
da recuperação dos preços dos
ativos, a Bolsa de Valores tem
dado outros sinais de que o
mercado está menos arisco, como a diminuição na intensidade das oscilações dos papéis.
A volatilidade da Bolsa, que
indica a frequência e a intensidade das variações dos preços,
recuou neste mês para os níveis
praticados há um ano. Ou seja,
retornou aos níveis anteriores
à radicalização da crise.
Para o Ibovespa, o índice de
volatilidade ficou neste último
mês em 33,29%. Se for considerado um período de seis meses,
o índice vai a 56,13%. Quanto
maior o percentual, mais intensas as oscilações das ações na
Bolsa e maiores as dificuldades
para os investidores fazerem
suas aplicações. Em outubro, o
índice bateu em 112%.
O Ibovespa reúne as 65 ações
mais negociadas do mercado
brasileiro, sendo a principal referência da Bolsa.
"Lá fora também melhorou
bastante a questão da volatilidade. Os índices mostram um
pouco mais de tranquilidade no
mercado", afirma Saulo Sabbá,
diretor de renda variável da
Máxima Asset. "Mas o índice de
volatilidade não é antecedente.
Ou seja, não indica que o mercado não vai piorar, mas, sim,
que neste momento a volatilidade diminuiu", diz.
A Bovespa registra neste mês
valorização de 11,86%. Se abril
acabasse agora, seria o melhor
mês desde janeiro de 2006. Essa alta muito rápida pode dar a
ilusão de que a Bolsa seguirá
acumulando ganhos, rumo a
seu pico histórico. Mas os analistas financeiros alertam que a
crise não foi superada, e o mercado ainda pode trazer surpresas desagradáveis.
"Em um mercado mais volátil, as pessoas tendem a ficar
mais nervosas. Com a menor
volatilidade que percebemos, o
investidor fica mais confortável para aplicar em ações. De
qualquer forma, o importante é
pensar no longo prazo e ir comprando ações com regularidade", diz Théo Rodrigues, diretor-geral do INI (Instituto Nacional de Investidores).
Na última sexta-feira, a Bovespa encerrou aos 45.778 pontos, após ter superado, na quinta-feira, os 46 mil pontos pela
primeira vez desde outubro de
2008. Apesar da recuperação,
ainda está longe de seu pico histórico -os 73.516 pontos do dia
20 de maio do ano passado.
As variações da pontuação
acompanham o sobe-e-desce
das ações. Quando os papéis se
desvalorizam, a pontuação encolhe. E quando os preços se recuperam, ela sobe.
"Tem de acontecer muita
coisa ainda na economia mundial para voltarmos a pensar
em Bolsa a 70 mil pontos. Acho
mais razoável contar com a Bovespa oscilando na faixa entre
40 mil e 50 mil pontos nos próximos meses", avalia Sabbá.
Humor externo
O retorno do capital externo
para o mercado doméstico, verificado nas últimas semanas,
tem sido relevante para a recuperação atual. Como a participação dos investidores estrangeiros é muito elevada, de cerca
de 35% do total movimentado
na Bolsa de Valores, as idas e
vindas desses recursos externos têm grande peso nas oscilações do mercado.
O aumento da volatilidade e a
queda expressiva das ações em
2008 tiveram forte influência
da saída dos estrangeiros.
Em 2008, o balanço das negociações com capital externo
na Bolsa ficou negativo em R$
24,6 bilhões, sendo o pior ano
da história. No ano passado, o
Ibovespa caiu 41,22%, no seu
pior resultado desde 1972.
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