São Paulo, segunda-feira, 20 de abril de 2009

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Oscilação da Bolsa volta ao nível pré-crise

Altas e baixas nos preços das ações têm diminuído de intensidade nas últimas semanas, ajudando investidor a fazer aplicações

Neste mês, Bovespa sobe 11,86%; apesar dessa rápida alta, não quer dizer que a Bolsa seguirá acumulando ganhos, alertam analistas

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

As últimas semanas têm sido animadoras para os investidores que aplicam em ações. Além da recuperação dos preços dos ativos, a Bolsa de Valores tem dado outros sinais de que o mercado está menos arisco, como a diminuição na intensidade das oscilações dos papéis.
A volatilidade da Bolsa, que indica a frequência e a intensidade das variações dos preços, recuou neste mês para os níveis praticados há um ano. Ou seja, retornou aos níveis anteriores à radicalização da crise.
Para o Ibovespa, o índice de volatilidade ficou neste último mês em 33,29%. Se for considerado um período de seis meses, o índice vai a 56,13%. Quanto maior o percentual, mais intensas as oscilações das ações na Bolsa e maiores as dificuldades para os investidores fazerem suas aplicações. Em outubro, o índice bateu em 112%.
O Ibovespa reúne as 65 ações mais negociadas do mercado brasileiro, sendo a principal referência da Bolsa.
"Lá fora também melhorou bastante a questão da volatilidade. Os índices mostram um pouco mais de tranquilidade no mercado", afirma Saulo Sabbá, diretor de renda variável da Máxima Asset. "Mas o índice de volatilidade não é antecedente. Ou seja, não indica que o mercado não vai piorar, mas, sim, que neste momento a volatilidade diminuiu", diz.
A Bovespa registra neste mês valorização de 11,86%. Se abril acabasse agora, seria o melhor mês desde janeiro de 2006. Essa alta muito rápida pode dar a ilusão de que a Bolsa seguirá acumulando ganhos, rumo a seu pico histórico. Mas os analistas financeiros alertam que a crise não foi superada, e o mercado ainda pode trazer surpresas desagradáveis.
"Em um mercado mais volátil, as pessoas tendem a ficar mais nervosas. Com a menor volatilidade que percebemos, o investidor fica mais confortável para aplicar em ações. De qualquer forma, o importante é pensar no longo prazo e ir comprando ações com regularidade", diz Théo Rodrigues, diretor-geral do INI (Instituto Nacional de Investidores).
Na última sexta-feira, a Bovespa encerrou aos 45.778 pontos, após ter superado, na quinta-feira, os 46 mil pontos pela primeira vez desde outubro de 2008. Apesar da recuperação, ainda está longe de seu pico histórico -os 73.516 pontos do dia 20 de maio do ano passado.
As variações da pontuação acompanham o sobe-e-desce das ações. Quando os papéis se desvalorizam, a pontuação encolhe. E quando os preços se recuperam, ela sobe.
"Tem de acontecer muita coisa ainda na economia mundial para voltarmos a pensar em Bolsa a 70 mil pontos. Acho mais razoável contar com a Bovespa oscilando na faixa entre 40 mil e 50 mil pontos nos próximos meses", avalia Sabbá.

Humor externo
O retorno do capital externo para o mercado doméstico, verificado nas últimas semanas, tem sido relevante para a recuperação atual. Como a participação dos investidores estrangeiros é muito elevada, de cerca de 35% do total movimentado na Bolsa de Valores, as idas e vindas desses recursos externos têm grande peso nas oscilações do mercado.
O aumento da volatilidade e a queda expressiva das ações em 2008 tiveram forte influência da saída dos estrangeiros.
Em 2008, o balanço das negociações com capital externo na Bolsa ficou negativo em R$ 24,6 bilhões, sendo o pior ano da história. No ano passado, o Ibovespa caiu 41,22%, no seu pior resultado desde 1972.


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