São Paulo, terça-feira, 20 de abril de 2010

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Apesar de recuperação nos EUA, Bolsa de SP cai 0,47%

Expectativa de juro maior prejudica mercado local

DA REPORTAGEM LOCAL

A Bolsa de Valores de São Paulo não acompanhou a recuperação de Wall Street e terminou o dia no vermelho. O cenário de juros mais altos, apontado pelo Focus, incomodou o mercado acionário doméstico. A BM&FBovespa operou em baixa durante todo o dia e terminou as operações com queda de 0,47%, aos 69.097 pontos. O dólar recuou 0,4%, a R$ 1,755.
O índice acionário Dow Jones subiu 0,67%. O clima em Wall Street foi favorecido pela apresentação do índice de indicadores antecedentes, que apontou elevação de 1,4% em março, após subir 0,4% em fevereiro. Esse índice sinaliza o rumo da economia norte-americana nos meses seguintes.
O resultado trimestral do Citigroup também foi bem recebido pelos investidores, melhorou as expectativas em relação ao setor e favoreceu o dia de ganhos em Nova York. As ações do banco avançaram 7%. Na semana passada, denúncia de fraude envolvendo o Goldman Sachs havia trazido o setor bancário de volta ao centro das preocupações dos investidores.
O mercado dos EUA acabou por se destacar ontem. Na Europa, os pregões foram de queda. A Bolsa de Valores de Londres perdeu 0,28%, e a de Frankfurt, 0,30%. Em Tóquio, o índice Nikkei recuou 1,74%.
Ao menos ontem a depreciação do petróleo não prejudicou o mercado acionário. As ações da Petrobras subiram e ajudaram a amenizar as perdas do índice Ibovespa. O papel preferencial da Petrobras subiu 1,82%, e o ordinário, 1,69%.
Já o setor de siderurgia e mineração teve destino contrário. Os papéis das principais empresas do segmento terminaram no vermelho. A ação PNA da Vale caiu 0,67%; MMX Mineração perdeu 1,54%; e Usiminas PNA recuou 2,52%.
Em meio aos problemas enfrentados pelo setor aéreo global, prejudicado pelos atrasos e pelos cancelamentos de voos na Europa, as ações de TAM e Gol recuaram. Para TAM, a baixa foi de 2,82%; Gol caiu 2,19%.
Na liderança das baixas do índice Ibovespa, apareceram as ações ordinárias da Telemar, que terminaram o pregão com depreciação de 3,36%.

Economia aquecida
O aumento nas previsões para o crescimento do país em 2010, mostrado ontem na pesquisa Focus, não foi bem recebido pelo mercado acionário. Por um lado, a notícia de economia mais forte é animadora, pois pode resultar em maior consumo e faturamento para as empresas. Todavia, também significa riscos de elevação mais expressiva dos juros.
No atual cenário, que tem sido acompanhado de pressão inflacionária, o mercado começa a trabalhar com a expectativa de o BC ter de elevar a taxa básica de juros de forma mais contundente que o esperado há algumas semanas (leia à pág. B9), o que é ruim para a Bolsa. (FABRICIO VIEIRA)


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