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Petroquímicas se queixam de preço de insumo
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
Pressionadas pela alta do
preço do petróleo, as duas
maiores petroquímicas do país,
Braskem e Unipar, querem que
a Petrobras deixe de atrelar o
preço da nafta às cotações do
mercado internacional. Nos últimos 12 meses, o insumo subiu
80% e corroeu os lucros do setor petroquímico.
O presidente da Unipar, Roberto Garcia, disse que as companhias não conseguiram repassar toda essa variação para o preço das resinas plásticas e absorveram boa parte do aumento. "As resinas não tiveram todo esse aumento. A cadeia só
repassou em parte. Por isso, as
empresas não tiveram um resultado tão bom."
José Carlos Grubisich, presidente da Braskem, afirmou que
a nafta é vendida atualmente
pela Petrobras com um acréscimo em relação ao preço internacional. "Somos o maior
cliente da Petrobras, tirando a
BR Distribuidora. Deveríamos
ter um desconto em relação ao
preço internacional", disse. De
todo o custo do setor, 80% está
vinculado à nafta.
Já o presidente da Petroquisa (subsidiária da Petrobras),
Paulo Aquino, afirmou que os
preços praticados pela estatal
são mais baixos que os internacionais. "A nafta segue um regime de preço ligado ao mercado
internacional. O preço está
ajustado, mas não é superior ao
da nafta importada."
BNDES
O presidente da Unipar informou que o BNDES (Banco
Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social) terá uma
participação acionária na CPS
(Companhia Petroquímica do
Sudeste), empresa criada a partir da fusão dos ativos da Unipar e da Suzano, comprada no
final do ano passado pela Petrobras. O executivo disse que o
banco estatal poderá fazer um
aporte na nova companhia e
ampliar sua participação na
empresa para além dos 17,5%
que detém atualmente na Riopol, um dos ativos que vão integrar a CPS. Garcia disse que até
o começo de junho a CPS será
constituída formalmente, com
a integração dos ativos da Petrobras e da Unipar. Procurado
pela reportagem, o BNDES disse que não se pronunciaria.
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