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Cafezais serão alvo de ação
contra o trabalho precário
Produtores vão se adequar para cumprir legislação
CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL
O Ministério Público do Trabalho vai investigar denúncias
de trabalho precário em cafezais da região de Dois Córregos,
interior de São Paulo, e fez uma
audiência pública com produtores locais para pedir que
cumpram a legislação que determina regras e normas relacionadas a segurança, medicina
e higiene do trabalho.
A audiência ocorreu no último dia 15 com cerca de 50 produtores da região, após o sindicato dos empregados rurais relatar que eles trabalham sem
registro, não recebem equipamento de proteção individual e
são transportados em veículos
que não oferecem segurança.
A ação deve ocorrer antes do
início da safra deste ano, que
deve começar em cerca de 30
dias, segundo os produtores.
"O trabalhador está abandonado. O que se verifica na produção de cana também se verifica aqui. Pedimos a atuação do Grupo Móvel de fiscalização
rural e dos procuradores do
Trabalho", diz Paulo Palomo,
secretário-geral do sindicato.
Na região, ele estima que
atuem cerca de mil trabalhadores. "A maior parte vem do Paraná e de Minas e são instalados em alojamentos em péssimas condições, sem água nem
higiene. Após trabalhar na lavoura, são levados de volta, sem
receber seus direitos. Somente
o dinheiro da saca colhida, que
varia de 45 a 70 quilos e de R$ 5
a R$ 8, dependendo do tipo de
cafezal. A média é colher dez
sacas por dia", diz Palomo.
Marcos Perdona, presidente
da Associação dos Produtores
Rurais de Dois Córregos, diz
que os cerca de 80 produtores
da região já estão adotando as
medidas necessárias para resolver as irregularidades trabalhistas. "Vamos contratar um
engenheiro especializado em
segurança no trabalho para indicar quais os equipamentos
mais adequados para o trabalhador da nossa região. Aqui
não há cobras nem pedras, como no sul de Minas Gerais, que
justificam o uso de botas de cano mais longo, por exemplo. Se
ele não usar o equipamento
adequado, pode prejudicar o
seu desempenho na colheita."
Em relação à contratação irregular, Perdona diz que os trabalhadores fazem rodízio freqüente nas lavouras, para buscar os cafezais mais produtivos
e isso dificulta a contratação.
"Com o contrato por tempo determinado, aprovado pelo setor, esperamos resolver isso."
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