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Sindicatos do setor alimentício preveem cortes
JOSÉ MASCHIO
DA AGÊNCIA FOLHA,
EM LONDRINA
Sindicatos de trabalhadores na alimentação cuja base
tem empregados da Sadia ou
da Perdigão como maioria
em suas áreas de atuação temem perda de poder de barganha nas negociações com a
gigante Brasil Foods.
Sindicalistas de três Estados ouvidos pela Folha preveem ainda demissões, especialmente nos setores administrativos e gerenciais, com
o surgimento da empresa.
Em Toledo (oeste do PR),
o presidente do Sindicato
dos Trabalhadores na Indústria da Alimentação, João
Moacir Lopes Belino, 48,
disse que desde janeiro a Sadia cortou o quadro de 9.230
para 8.300 funcionários .
A redução se deu pelo fim
do terceiro turno na unidade
de frangos com cortes especiais para o mercado europeu. A Sadia informou que
estava realocando funcionários, mas não confirmou
nem comentou demissões.
A preocupação maior de
Belino é com o poder de negociação salarial do sindicato, que irá se reduzir. "Com o
monopólio, deixa de existir
comparações com outras
empresas. E isso é muito
ruim para o trabalhador."
Em Videira (oeste de SC),
onde nasceu o grupo Perdigão, o presidente do Sintricavi (Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da
Carne e Derivados de Videira), Defendente Francisco
Thomazoni, 61, afirma que
"o monopólio não é bom para o trabalhador. Prevemos
cortes nos setores administrativos em um primeiro
momento, mas podem também atingir as linhas de produção". Dos 8.500 filiados do
Sintricavi, 5.000 trabalham
na Perdigão.
Umberson Gonçalves de
Almeida, 46, presidente do
Sindicato dos Trabalhadores
na Indústria da Alimentação
em Rio Verde (GO), disse
que a experiência de trabalhadores com fusões de empresa é sempre negativa. O
resultado, segundo ele, é
aperto salarial e demissões.
Dos 14 mil filiados ao sindicato em Rio Verde, 8.500
trabalham na Perdigão.
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