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PREÇOS
Taxa de inflação medida na cidade recua para 0,12% na segunda quadrissemana de maio; 99 pode fechar com 5%
Fipe espera deflação já para este mês em SP
MAURO ZAFALON
da Reportagem Local
O que parecia impossível deve
ocorrer neste mês. São Paulo vai
voltar a ter taxa de deflação, segundo previsões da Fipe (Fundação
Instituto de Pesquisas Econômicas).
Logo após a desvalorização do
real, as previsões de inflação indicavam taxas ascendentes para o
primeiro semestre. A própria Fipe
previa taxa de até 8% de janeiro a
junho.
Passadas as primeiras semanas
de turbulência, o real voltou a se
valorizar e os preços, que tinham
subido muito após a desvalorização, estão recuando. "A taxa de inflação está retornando aos padrões
anteriores à desvalorização", afirmou Heron do Carmo, coordenador do Índice de Preços ao Consumidor da Fipe.
Na segunda quadrissemana deste mês, ou seja, nos últimos 30 dias
terminados em 15 deste mês, os
preços subiram apenas 0,12%,
abaixo do 0,35% da primeira quadrissemana. No início do mês, a
previsão da Fipe era que, em média, os preços subiriam 0,35%.
Heron do Carmo diz que dois fatores cooperaram para a taxa menor de inflação em São Paulo: alimentos e vestuário. Os alimentos,
ao contrário do que o economista
previa, caíram ainda mais.
Câmbio
A desvalorização do real provocou alta das commodities no mercado interno e baixa no externo
nas semanas que se seguiram à
mudança da política cambial.
No mercado interno, a recuperação do real já está derrubando os
preços. No externo, no entanto,
devido ao aumento da safra mundial, os preços continuam em baixa. Ou seja, os preços dos alimentos estão sendo empurrados para
baixo tanto por pressões internas
quanto externas.
A Fipe está registrando queda
nos preços do café, derivados de
soja, derivados do trigo, açúcar, arroz e feijão. Esses dois últimos não
dependem muito do câmbio, mas
as safras colhidas neste ano foram
boas.
No caso do vestuário, as altas em
maio estão sendo menos acentuadas do que o previsto. Em média,
os preços subiram 4,12% nos últimos 30 dias, mas a previsão era de
alta de pelo menos 5%.
Além de alimentos e vestuário, os
produtos industrializados também estão pressionando menos a
inflação. Em muitos casos, os reajustes superaram a taxa média de
inflação, mas já são menores do
que os praticados nas semanas anteriores.
A melhora das atividades econômicas não deve comprometer a desaceleração da taxa da inflação, segundo Heron do Carmo.
Um crescimento de até 4% no
PIB deve auxiliar ainda mais na
queda da inflação. As indústrias
estão com ociosidade, e um aumento de produção diminui custos e permite a redução média dos
preços.
Apesar da previsão de deflação
para este mês, a Fipe não quis refazer suas projeções de taxa de inflação próxima a 7% para 99. Mas, se
forem consideradas as taxas previstas pelo coordenador do índice
para os próximos meses, a taxa deve ficar em 3,3% neste primeiro semestre e próxima a 5% no ano.
Ontem, a Andima anunciou que
a segunda prévia do IGP-M de
maio deu deflação de 0,25%.
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