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SALTO NO ESCURO
"Ministro da apagão" afirma que são necessários investimentos de US$ 6 bi para afastar crise energética
Oferta de energia só se normaliza em 2003, diz Parente
EDUARDO CUCOLO
DA FOLHA ONLINE
A oferta de energia só deverá ser
normalizada a partir de 2003, segundo o presidente da Câmara de
Gestão da Crise de Energia Elétrica, o "ministro do apagão", Pedro
Parente.
"De hoje até o final de 2002 nós
vamos tomar medidas e investir
para normalizar a situação a partir de 2003", disse ele.
Na avaliação do Ministério de
Minas e Energia, seriam necessários investimentos de US$ 6 bilhões nos próximos dois anos em
geração e transmissão de energia
para sair do racionamento. Desse
montante, 30% viriam do setor
público e 70% do setor privado.
Investimentos
Segundo Parente, um plano
emergencial de novos investimentos para o período está sendo
elaborado pela Câmara e será divulgado até o fim do mês.
Outro membro da Câmara, o
secretário de Energia de São Paulo, Mauro Arce, também não descarta a ocorrência de problemas
de abastecimento no próximo
ano.
"Se chover em 2002 o mesmo
que choveu este ano, teremos
problemas, mesmo com todos os
investimentos que estão programados", disse Arce.
Segundo ele, é preciso que as
chuvas para o próximo ano fiquem, no máximo, em 20% abaixo da média histórica. Este ano
elas ficaram 40% abaixo da média.
Feriado
A proposta de adoção dos feriados semanais para economizar
energia terá prioridade antes dos
apagões programados.
Segundo o secretário nacional
de Energia, Afonso Henriques
Moreira Santos, entre a adoção de
feriados semanais e o corte de
energia programado (apagões), o
governo deve optar pela primeira
proposta. Ele disse que os feriados
seriam menos traumáticos para a
população.
"O feriado traria menos transtornos, apesar de ter um impacto
maior sobre o crescimento do
PIB", afirmou ele.
O "ministério do apagão" estuda uma proposta de adotar feriados em todas as segundas para diminuir o consumo de energia.
O ministro Pedro Parente não
quis confirmar a informação e
disse apenas que "o plano B" para
o racionamento -que define como seriam realizados os cortes de
energia- ainda está sendo discutido por um grupo de especialistas e será apresentado a ele na
próxima quinta-feira.
Parente afirmou que é possível
evitar os apagões, mas que isso
não está totalmente descartado.
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