São Paulo, quarta-feira, 20 de junho de 2001

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SALTO NO ESCURO

"Ministro da apagão" afirma que são necessários investimentos de US$ 6 bi para afastar crise energética

Oferta de energia só se normaliza em 2003, diz Parente


EDUARDO CUCOLO
DA FOLHA ONLINE

A oferta de energia só deverá ser normalizada a partir de 2003, segundo o presidente da Câmara de Gestão da Crise de Energia Elétrica, o "ministro do apagão", Pedro Parente.
"De hoje até o final de 2002 nós vamos tomar medidas e investir para normalizar a situação a partir de 2003", disse ele.
Na avaliação do Ministério de Minas e Energia, seriam necessários investimentos de US$ 6 bilhões nos próximos dois anos em geração e transmissão de energia para sair do racionamento. Desse montante, 30% viriam do setor público e 70% do setor privado.

Investimentos
Segundo Parente, um plano emergencial de novos investimentos para o período está sendo elaborado pela Câmara e será divulgado até o fim do mês.
Outro membro da Câmara, o secretário de Energia de São Paulo, Mauro Arce, também não descarta a ocorrência de problemas de abastecimento no próximo ano.
"Se chover em 2002 o mesmo que choveu este ano, teremos problemas, mesmo com todos os investimentos que estão programados", disse Arce.
Segundo ele, é preciso que as chuvas para o próximo ano fiquem, no máximo, em 20% abaixo da média histórica. Este ano elas ficaram 40% abaixo da média.

Feriado
A proposta de adoção dos feriados semanais para economizar energia terá prioridade antes dos apagões programados.
Segundo o secretário nacional de Energia, Afonso Henriques Moreira Santos, entre a adoção de feriados semanais e o corte de energia programado (apagões), o governo deve optar pela primeira proposta. Ele disse que os feriados seriam menos traumáticos para a população.
"O feriado traria menos transtornos, apesar de ter um impacto maior sobre o crescimento do PIB", afirmou ele.
O "ministério do apagão" estuda uma proposta de adotar feriados em todas as segundas para diminuir o consumo de energia.
O ministro Pedro Parente não quis confirmar a informação e disse apenas que "o plano B" para o racionamento -que define como seriam realizados os cortes de energia- ainda está sendo discutido por um grupo de especialistas e será apresentado a ele na próxima quinta-feira.
Parente afirmou que é possível evitar os apagões, mas que isso não está totalmente descartado.




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