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FMI quer que país pare de gastar as reservas
DE BUENOS AIRES
O FMI (Fundo Monetário Internacional) exige que a Argentina pare de gastar as reservas internacionais em dólar para conter a alta da moeda norte-americana,
mas não descarta fechar o acordo com o país nos próximos 30 dias
como pede o governo.
As reservas internacionais do país caíram cerca de US$ 4,5 bilhões neste ano, chegando a US$ 9,97 bilhões, devido, principalmente, às intervenções do Banco
Central no mercado de câmbio e ao pagamento de dívidas com organismos multilaterais.
Mais gastos
A Argentina negociava com o
FMI a permissão para gastar até
dezembro mais US$ 2 bilhões para conter a alta do dólar, como
parte do programa monetário
que está sendo definido entre as
partes.
Desse total, metade viria das
próprias reservas internacionais e
a outra metade faria parte do pacote de ajuda que está em negociação com o Fundo. Dessa forma, o país só deixaria de vender
dólares no mercado caso as reservas caíssem abaixo do patamar de
US$ 9 bilhões.
No entanto, o porta-voz do
Fundo, Thomas Dawson, disse
ontem, em Washington, que "o
regime cambial de livre flutuação
é o melhor para a Argentina".
Dawson também afirmou que
as negociações com a Argentina
caminham "razoavelmente bem",
mas não quis estabelecer uma data para o fechamento de um acordo com o Fundo.
"É importante que as negociações sejam completadas em breve. Mas é mais importante chegarmos a um acordo completo."
Acordo-tampão
O diretor-gerente do FMI, Horst Köhler, disse que existe a possibilidade de que um pacote de socorro à Argentina seja liberado em um mês -uma solicitação do governo do país. "Mas isso dependerá do que suceda dentro da própria Argentina", disse ele em referência ao cumprimento das exigências do Fundo.
No entanto, o ministro Roberto Lavagna (Economia) avalia que
seria impossível cumprir com tudo o que pede o FMI em um mês.
Por isso, segundo o jornal "Clarín", o governo teria começado a
negociar uma espécie de "acordo-tampão", que teria validade apenas durante o terceiro trimestre do ano.
Esse acordo possibilitaria que a Argentina adiasse o pagamento
das dívidas com os organismos multilaterais entre julho e setembro, que somam US$ 5 bilhões.
Para o governo, entre as exigências mais complicadas de cumprir
com rapidez estaria a restruturação do sistema financeiro, que pode incluir, entre outras coisas, a fusão dos bancos estatais.
(JS)
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