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MERCADO FINANCEIRO
Diante da expectativa de intervenção do BC, moeda norte-americana fecha em baixa de 0,29%
Dólar não acompanha indicadores e cai
DA REPORTAGEM LOCAL
Na contramão de todos os indicadores financeiros ontem, o dólar encerrou o dia em baixa. A
moeda teve desvalorização de
0,29% e fechou cotada a R$ 2,707.
Segundo operadores, apesar de
não ter feito nenhuma intervenção direta no mercado, o Banco
Central teria acompanhado atentamente as negociações. Durante
todo o dia teria feito consultas a
bancos acerca da demanda pela
moeda. Somente com as consultas, teria controlado a cotação
-apenas a expectativa pela venda da moeda por parte do BC teria
detonado até um movimento de
venda.
Para hoje, no entanto, é esperada uma correção, afirmam os
analistas, e as negociações no
mercado cambial poderão ter
mais um dia nervoso. No pregão
eletrônico, as cotações da moeda
norte-americana já registravam
forte alta ontem, minutos após o
encerramento das negociações no
mercado à vista.
Mas, diante do nervosismo que
tomou conta do mercado há semanas, é difícil arriscar previsões.
"Assim como piorou muito rápido, o mercado pode melhorar",
afirma Marcio Verri, sócio-gerente da BankBoston Asset Management. "Tudo vai depender da
atuação do BC para tentar reduzir
o risco do mercado. Por enquanto
ele tem tomado decisões corretas", afirma.
A decisão do Copom de manter
os juros brasileiros em 18,5% ao
ano não surpreendeu o mercado,
mas a adoção do viés de baixa,
sim. Logo após o anúncio, o dólar
reduziu sua queda e as taxas de juros voltaram a subir.
"O mercado sabia que as taxas
não cairiam, mas torcia para que
isso acontecesse", afirma Pedro
Thomazoni, diretor de tesouraria
do Lloyds TSB.
Na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros), os contratos de
janeiro de 2003, os mais negociados, subiram de 22,95% para
23,98%.
Segundo boa parte dos operadores, investidores continuam
preferindo zerar suas posições
-assumem seus prejuízos e deixam o mercado.
Na Bolsa paulista, a queda foi de
2,77%. A maior perda foi novamente das ações da Net, antiga
Globo Cabo, ainda em decorrência do grupamento que a empresa
fez de suas ações. O papel preferencial se desvalorizou em mais
12,6%. Os C-Bonds, títulos da dívida externa brasileira, caíram
3,3%. (ANA PAULA RAGAZZI)
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