São Paulo, quinta-feira, 20 de junho de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

MERCADO FINANCEIRO

Diante da expectativa de intervenção do BC, moeda norte-americana fecha em baixa de 0,29%

Dólar não acompanha indicadores e cai

DA REPORTAGEM LOCAL

Na contramão de todos os indicadores financeiros ontem, o dólar encerrou o dia em baixa. A moeda teve desvalorização de 0,29% e fechou cotada a R$ 2,707.
Segundo operadores, apesar de não ter feito nenhuma intervenção direta no mercado, o Banco Central teria acompanhado atentamente as negociações. Durante todo o dia teria feito consultas a bancos acerca da demanda pela moeda. Somente com as consultas, teria controlado a cotação -apenas a expectativa pela venda da moeda por parte do BC teria detonado até um movimento de venda.
Para hoje, no entanto, é esperada uma correção, afirmam os analistas, e as negociações no mercado cambial poderão ter mais um dia nervoso. No pregão eletrônico, as cotações da moeda norte-americana já registravam forte alta ontem, minutos após o encerramento das negociações no mercado à vista.
Mas, diante do nervosismo que tomou conta do mercado há semanas, é difícil arriscar previsões.
"Assim como piorou muito rápido, o mercado pode melhorar", afirma Marcio Verri, sócio-gerente da BankBoston Asset Management. "Tudo vai depender da atuação do BC para tentar reduzir o risco do mercado. Por enquanto ele tem tomado decisões corretas", afirma.
A decisão do Copom de manter os juros brasileiros em 18,5% ao ano não surpreendeu o mercado, mas a adoção do viés de baixa, sim. Logo após o anúncio, o dólar reduziu sua queda e as taxas de juros voltaram a subir.
"O mercado sabia que as taxas não cairiam, mas torcia para que isso acontecesse", afirma Pedro Thomazoni, diretor de tesouraria do Lloyds TSB.
Na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros), os contratos de janeiro de 2003, os mais negociados, subiram de 22,95% para 23,98%.
Segundo boa parte dos operadores, investidores continuam preferindo zerar suas posições -assumem seus prejuízos e deixam o mercado.
Na Bolsa paulista, a queda foi de 2,77%. A maior perda foi novamente das ações da Net, antiga Globo Cabo, ainda em decorrência do grupamento que a empresa fez de suas ações. O papel preferencial se desvalorizou em mais 12,6%. Os C-Bonds, títulos da dívida externa brasileira, caíram 3,3%. (ANA PAULA RAGAZZI)


Texto Anterior: Bancos: NY prende suspeito de fraudar Noroeste
Próximo Texto: O vaivém das commodities
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.