São Paulo, domingo, 20 de junho de 2004

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Governo quer que área vire símbolo do país

DA AO DELTA DO YANGTZE

Xangai é a cidade eleita pelo Partido Comunista para ser a face da nova China, na qual a opulência econômica está retratada em um cenário que inclui de edifícios futuristas ao trem mais rápido do mundo, que chega a atingir 430 km/hora.
De tecnologia alemã, o trem "flutua" e é movido por um sistema de força eletromagnética. O seu custo é tão alto que é considerado economicamente inviável e, por enquanto, não foi adotado em nenhum outro lugar do mundo para fins comerciais.
O Maglev, como o trem é chamado, se enquadra bem no esforço do governo para transformar Xangai no principal cartão-postal da nova China. O ápice desse processo será a Exposição Mundial de 2010, para a qual a cidade já se prepara.
O governo estima que são necessários investimentos de US$ 36 bilhões a US$ 48 bilhões, que seriam aplicados principalmente no aperfeiçoamento da infra-estrutura urbana, como a ampliação do aeroporto e a construção de novas linhas de metrô. Dois terços desses recursos virão dos cofres públicos. O restante deve vir de investimentos privados.
Todas as transformações que ocorrerão na cidade até 2020 estão meticulosamente previstas e podem ser vistas no Museu de Planejamento Urbano de Xangai, ele próprio um exemplo da exuberância arquitetônica que tomou conta da cidade desde 1985, quando ela se abriu aos investidores estrangeiros.
No museu, uma maquete gigantesca mostra todos os prédios que deixarão de existir e os que surgirão. Entre eles, dois novos arranha-céus, que vão ultrapassar em altura o edifício mais alto da China e o terceiro mais alto do mundo, a Jin Mao Tower.
A Jin Mao integra o cenário da parte moderna de Xangai, o Pudong, onde há 30 anos havia poucos sinais de desenvolvimento urbano. Pudong é a área na qual trafega o Maglev e onde se concentram os bancos, as companhias de serviços e os centros de pesquisa e desenvolvimento de empresas de tecnologia e telecomunicações.
O maior centro de pesquisa e desenvolvimento da China está em Pudong e pertence à ZTE, a gigante estatal de telecomunicações que já colocou um pé no Brasil.
Pudong quer dizer "a leste de Pu", em referência ao rio Huangpu, que divide Xangai em dois. Do outro lado do rio, em Puxi -que significa a oeste de Pu-, estão os vestígios do período em que Xangai foi divida em concessões estrangeiras. (CT)


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