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INVESTIMENTO
Com queda do dólar, aplicação tem prejuízo médio de 8,4% no ano
Fundo cambial perde até da caderneta de poupança
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Nem mesmo a atual crise política conseguiu fazer com que o dólar iniciasse uma trajetória de alta.
Quem sofre com esse cenário são
os fundos cambiais, que não conseguem bater nem a poupança
em termos de rentabilidade. Com
isso, o encolhimento dessa categoria tem sido inevitável.
No ano, a captação líquida
-diferença entre aplicações e saques- dos fundos atrelados ao
câmbio está negativa em R$ 1,12
bilhão, segundo a Anbid (Associação Nacional dos Bancos de Investimento).
A perda de interesse dos investidores por esse tipo de aplicação se
explica facilmente se for observada a rentabilidade da categoria:
no ano, os fundos cambiais estão
com perdas médias de 8,4%.
Significa dizer que quem aplicou em um fundo desse tipo no
início de 2005 está com menos dinheiro na conta hoje.
"É um tipo de fundo onde só se
ganha bem se a moeda estrangeira estiver em alta. E isso não deve
ocorrer no curto prazo", afirma
João Medeiros, diretor da corretora Pionner.
Dados do site Fortuna -especializado no acompanhamento de
fundos de investimento- mostram que os fundos cambiais estão hoje com patrimônio líquido
em torno de R$ 3,6 bilhões. Há
três anos, os fundos cambiais chegaram a ter patrimônio superior a
R$ 9 bilhões.
O encolhimento dos fundos
cambiais de 2002 para cá veio na
contramão do crescimento da indústria de fundos como um todo.
Em meados de 2002, os fundos
cambiais chegaram a representar
cerca de 2,5% do patrimônio total
do mercado. Hoje representam
apenas algo em torno de 0,5%.
"Minha expectativa é que o dólar se aproxime de R$ 2,70 até o
fim do ano. Assim, acho que pode
começar a haver entrada de recursos nesse tipo de aplicação nos
próximos meses", avalia Paulo de
Sá, estrategista da Sul América Investimentos.
Sem forças para reagir, o dólar
segue derretendo e já acumula
baixa de 10% diante do real neste
ano. Na última sexta-feira, a moeda norte-americana encerrou o
dia vendida a R$ 2,388, um de
seus mais baixos níveis desde
maio de 2002.
Concorrência
Em 2004, os fundos atrelados ao
câmbio também tiveram dias
ruins, encerrando o ano com perda média acumulada de 7,6%.
Para piorar a situação da categoria, os fundos de renda fixa e DI
-que carregam papéis que
acompanham a variação dos juros- passaram a dar melhores
retornos, embalados pela escalada da taxa básica (Selic).
O Copom (Comitê de Política
Monetária) do Banco Central começou a elevar a Selic em setembro do ano passado e só interrompeu o processo de alta na semana
passada.
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