São Paulo, quarta-feira, 20 de junho de 2007

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Meirelles diz que, no momento, cortar juro é mais eficiente que reduzir compulsório

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, deu sinais ontem de que não deve ocorrer tão cedo uma redução no chamado recolhimento compulsório, apontado pelos bancos como um dos responsáveis pelos altos juros cobrados nos empréstimos no Brasil.
Questionado sobre o assunto em audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, Meirelles disse que "o Banco Central tem julgado que, no atual momento, é mais eficiente para a economia brasileira reduzir os juros".
O compulsório é o nome dado à parcela dos depósitos de clientes que os bancos são obrigados a recolher no BC. A cada R$ 100 depositados numa conta corrente, por exemplo, R$ 53 são recolhidos pelo BC. O objetivo é controlar o volume de dinheiro que circula no país -em tese, mais dinheiro disponível para as pessoas eleva a possibilidade de uma alta da inflação.
Para as instituições financeiras, porém, o compulsório é um custo a mais nos empréstimos bancários. Ontem, Meirelles disse reconhecer que se trata de um assunto a ser discutido, mas não neste momento. "Não há dúvida de que o compulsório no Brasil é elevado. No longo prazo, ele deve cair."
Meirelles também ouviu dos senadores sugestões sobre o futuro da meta de inflação perseguida pelo Banco Central. Na semana que vem, o CMN (Conselho Monetário Nacional) se reúne para fixar a meta que será usada em 2009.
No governo, há quem defenda a manutenção dos atuais 4,5% (com margem de erro de dois pontos), enquanto outros sugerem a redução para 4%. Em tese, uma meta menor exige uma política monetária mais rígida -ou seja, juro mais alto.
Ontem, o governista Aloizio Mercadante (PT-SP) argumentou a favor da manutenção dos 4,5%. Do lado da oposição, Arthur Virgílio (PSDB-AM) defendeu a redução da meta.


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