|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Meirelles diz que, no momento, cortar juro é mais eficiente que reduzir compulsório
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, deu
sinais ontem de que não deve
ocorrer tão cedo uma redução
no chamado recolhimento
compulsório, apontado pelos
bancos como um dos responsáveis pelos altos juros cobrados
nos empréstimos no Brasil.
Questionado sobre o assunto
em audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, Meirelles disse
que "o Banco Central tem julgado que, no atual momento, é
mais eficiente para a economia
brasileira reduzir os juros".
O compulsório é o nome dado à parcela dos depósitos de
clientes que os bancos são obrigados a recolher no BC. A cada
R$ 100 depositados numa conta corrente, por exemplo, R$ 53
são recolhidos pelo BC. O objetivo é controlar o volume de dinheiro que circula no país -em
tese, mais dinheiro disponível
para as pessoas eleva a possibilidade de uma alta da inflação.
Para as instituições financeiras, porém, o compulsório é um
custo a mais nos empréstimos
bancários. Ontem, Meirelles
disse reconhecer que se trata
de um assunto a ser discutido,
mas não neste momento. "Não
há dúvida de que o compulsório
no Brasil é elevado. No longo
prazo, ele deve cair."
Meirelles também ouviu dos
senadores sugestões sobre o futuro da meta de inflação perseguida pelo Banco Central. Na
semana que vem, o CMN (Conselho Monetário Nacional) se
reúne para fixar a meta que será usada em 2009.
No governo, há quem defenda a manutenção dos atuais
4,5% (com margem de erro de
dois pontos), enquanto outros
sugerem a redução para 4%.
Em tese, uma meta menor exige uma política monetária mais
rígida -ou seja, juro mais alto.
Ontem, o governista Aloizio
Mercadante (PT-SP) argumentou a favor da manutenção dos
4,5%. Do lado da oposição, Arthur Virgílio (PSDB-AM) defendeu a redução da meta.
Texto Anterior: Captação: Títulos em real têm menor taxa da história Próximo Texto: Paulo Rabello De Castro: O cidadão relaxado e gozado Índice
|