São Paulo, sexta-feira, 20 de junho de 2008

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China reajusta combustíveis em até 25%

Redução de subsídio no preço final deve afetar o consumo; medida de Pequim faz cotação do petróleo cair mais de US$ 4

Impacto no preço ocorre porque país é o 2º maior consumidor; diesel terá alta de 18%, gasolina, de 17%, e combustível de aviação, 25%


COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A China anunciou ontem o aumento nos preços dos combustíveis no país após seguidas pressões internacionais para a redução dos subsídios internos, que estariam impactando nos custos internacionais.
O aumento dos produtos, que entra em vigor hoje, deve ser o maior em pelo menos uma década e deve impactar a inflação. O preço da gasolina ficará 17% mais alto, o diesel subirá 18%, e o combustível de aviação, 25%.
Analistas previam que o governo seguraria a alta pelo menos até a Olimpíada de Pequim, em agosto.
A China é o segundo maior consumidor mundial de petróleo e derivados, atrás somente dos EUA, por isso qualquer sinal de possível redução de demanda surte efeito imediato nos preços do óleo.
Ontem, após o anúncio da medida, o petróleo do tipo Brent caiu US$ 4,35 (3,19%) para US$ 132,09 o barril. Em Nova York a queda foi de US$ 4,75 (3,48%), para US$ 131,93.
A redução ocorreu mesmo com o anúncio de que a subsidiária nigeriana da petrolífera Shell fechou seu principal campo de petróleo após um ataque de militantes contra suas instalações no delta do rio Níger.
A China vinha sofrendo forte pressão internacional para reduzir os subsídios dos produtos, recebendo acusações de países do Oriente Médio de estimular artificialmente a demanda por petróleo. Antes do anúncio, o preço da gasolina na China estava cerca de 40% mais baixo que nos EUA.
Na semana passada, os ministros da Economia do G8 (grupo dos países mais ricos do mundo) citaram a redução dos subsídios como um exemplo de ação importante e eficaz contra a alta dos preços do petróleo. No mês passado, Índia, Taiwan, Malásia e Indonésia cortaram seus subsídios mesmo sob preocupações de maiores pressões inflacionárias.
Analistas alertam ainda de que o aumento dos preços pode aumentar a demanda chinesa e não reduzi-la, como esperado. O motivo é que a elevação pode estimular a importação por parte das refinarias e elevar as vendas para diminuir a falta atual de petróleo e diesel.


Com agências internacionais


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