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Redução para o consumidor é de 0,04 ponto percentual, diz estudo
ERNANE GUIMARÃES NETO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Apesar de o valor de 14,75%
representar o nível anual mais
baixo desde que a Selic foi criada, em 1986, a nova taxa básica
de juros deve ter impacto reduzido nos juros ao consumidor.
A redução de 0,5 ponto percentual no valor do juro básico
definido pelo Copom (Comitê
de Política Monetária) não
obriga o mercado a baixar as taxas de juros. Mas serve de parâmetro e, indiretamente, influencia para baixo as taxas de
financiamento ao consumidor.
Com a queda da Selic, cai a
rentabilidade dos títulos públicos. Espera-se, como reflexo indireto, que os bancos diminuam as aplicações nesses títulos e disponibilizem mais dinheiro para o crédito. Com
maior oferta de crédito no mercado, a tendência é que os bancos baixem seus juros para
atrair o público.
O economista Miguel de Oliveira, da Anefac (Associação
Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade), acrescenta que os
bancos têm folga para repassar
reduções em suas taxas maiores do que a queda da Selic: afinal, do BC à pessoa física, os juros aumentam mais de 800%.
Além de considerados altos
-o juro médio do cartão de crédito, por exemplo, é de
226,04% ao ano-, os juros diminuíram menos do que a Selic
nos últimos anos: de março de
1999 a junho de 2006, a Selic
caiu 66,11%, contra 43,80% para o consumidor. Esse é outro
fator que pode impulsionar a
redução por parte das instituições financeiras e lojas.
Oliveira elaborou uma projeção da queda dos juros ao consumidor no novo cenário, contando apenas com os efeitos diretos da mudança (o repasse de
0,5 ponto percentual à cadeia
de custo do dinheiro nos bancos e seu reflexo no crediário,
por exemplo). Pela projeção, as
taxas mensais à pessoa física
devem cair 0,04 ponto percentual como reflexo direto.
A taxa média do crediário em
loja, que está em 6,21% ao mês,
cairia a 6,17%. Um produto de
R$ 800, a ser pago em 12 parcelas, teria a prestação reduzida
de R$ 96,52 para R$ 96,31.
Se o mercado não repassar
um desconto maior do que a
queda da Selic, o juro médio do
cartão de crédito continuaria,
pela projeção, acima de 224%
ao ano.
Com a nova Selic, a taxa média anual para pessoa física cai
de 66,50% para 65,73%.
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