|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Bernanke sinaliza fim da
alta do juro e anima Bolsas
Presidente do BC dos EUA vê desaquecimento acompanhado de inflação menor
Para Fed, economia
americana vive período de
transição para um
crescimento moderado;
Dow Jones avança 1,96%
VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
DE NOVA YORK
Diferentemente das últimas
vezes em que afetou o mercado
com suas declarações, ao derrubar Bolsas e ser chamado de
"bomba-relógio", o presidente
do Fed (Federal Reserve, o BC
americano), Ben Bernanke,
animou investidores ontem,
com a sinalização de que o fim
do aperto monetário nos EUA
pode estar próximo.
Bernanke afirmou que o Fed
vê a inflação mais alta que o esperado e que a instituição se
mantém vigilante para reduzir
os efeitos negativos da escalada
dos preços. Ele disse, no entanto, que a economia americana
está num "período de transição
para um crescimento moderado", e esse "desaquecimento viria acompanhado de desaceleração da inflação". Ou seja, descartou o risco de estagflação, a
inflação sem crescimento.
"Devemos levar em consideração os possíveis efeitos futuros de ações de política monetária anteriores, ou seja, os efeitos que ainda estão em andamento. A extensão e o tempo de
qualquer ajuste adicional necessário para conter os riscos
inflacionários dependerão da
evolução das perspectivas tanto da inflação quanto do crescimento econômico", disse Bernanke em texto à Comissão
Bancária do Senado americano.
Analistas entenderam os comentários como sinal de possível pausa no ciclo de aumentos
nos juros. O banco elevou 17 vezes seguidas as taxas desde junho de 2004, de 1% ao ano para
5,25%. Quando os juros sobem
nos EUA, investidores internacionais abandonam aplicações
nos mercados emergentes, como o brasileiro, e buscam riscos menores. Os títulos do Tesouro americano são considerados os mais seguros.
"Com a política monetária
apropriada e a ausência de
acontecimentos imprevistos, a
economia deve se expandir em
ritmo sustentável, e o núcleo da
inflação deve declinar a um termo mediano", disse Bernanke.
A reação positiva no mercado
de ações mundial foi imediata.
A Bolsa de Nova York (Dow Jones) fechou ontem em alta de
1,96%, e a Nasdaq subiu 1,83%.
Em Londres, a Bolsa avançou
1,69%. Em São Paulo, a Bovespa
avançou 4,71% (leia abaixo).
A alta das commodities, sobretudo o petróleo, tem pressionado a inflação nos EUA.
Mas indicadores econômicos
apontam desaquecimento de
setores como o imobiliário.
Mesmo com tais riscos, Bernanke disse esperar um "declínio gradual da inflação nos próximos trimestres". O índice de
preços ao consumidor americano (CPI), divulgado ontem, subiu 0,2% em junho. Sem alimentos e energia -itens mais
voláteis-, o indicador avançou
0,3%, o mesmo índice de maio.
A expectativa para as duas taxas era um acréscimo de 0,2%.
Texto Anterior: Montadora: Volks anuncia corte de 160 e promete mais investimentos Próximo Texto: Bovespa aproveita melhora de humor e termina com valorização de 4,71% Índice
|