São Paulo, quinta-feira, 20 de julho de 2006

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Varig precisa de leasing de 53 aviões para retomar vôos e cumprir concessão

DA SUCURSAL DO RIO

O novo proprietário da Varig terá de negociar com empresas de leasing a ampliação de sua frota para voltar a ocupar todos os seus espaços de pouso e decolagem nos aeroportos e manter as rotas das quais é concessionária. Para cumprir as concessões, a companhia precisa de ao menos 53 aeronaves, segundo estimativa do consultor em aviação Paulo Sampaio.
Hoje a empresa opera com 13 aviões em regime de paralisação parcial, dando prioridade às rotas mais rentáveis. A Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) prorrogou até hoje o plano de emergência que permite à Varig não cumprir temporariamente todas as suas linhas.
A situação da VarigLog é complicada, avalia Sampaio, por conta do atrito com as empresas de leasing. Na última assembléia de credores, pela primeira vez empresas de leasing optaram por votar contra o plano de recuperação da Varig.
Segundo Sampaio, a General Electric Capital Aviation Service e a ILFC representam metade do mercado internacional de leasing. A GE Capital teve seus votos anulados na Justiça e a ILFC foi a primeira a lutar para retomar seus aviões. O restante do mercado é dividido entre empresas menores. A Varig tem hoje aviões de empresas como Central Air, Nissho Iwai, Pembroke e Bavaria.
A Central Air quer retomar três MD-11 e deve voltar a solicitar a devolução das aeronaves em audiência na Justiça norte-americana amanhã.
Diante de tal cenário, Sampaio acredita que Varig enfrentará dificuldades para voltar a operar todas as suas linhas. Segundo o relato de credores, a VarigLog prevê que levará mais 50 dias para arrendar mais dez aviões e aumentar a frota para 23 aviões, o que é insuficiente.
A Varig mantém a concessão das mesmas rotas desde maio. Normalmente, a Anac retoma concessões de rotas que não são operadas por mais de 30 dias, mas a Justiça congelou as linhas para tornar a empresa mais atraente em leilão.
Para voltar a operar vôos para Milão, Madri, Paris e Munique, entre outros, a Varig precisaria de ao menos 16 Boeings 777 ou MD-11. Com maior demanda e a deterioração no relacionamento com os arrendadores, o novo dono da aérea terá dificuldades para elevar a frota.
Nas rotas internacionais, a Varig viu sua participação na oferta de vôos cair no começo do mês a 4,5% para os EUA e a 13,5% para a Europa, diz Sampaio. (JANAINA LAGE e PEDRO SOARES)

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