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Varig precisa de leasing de 53 aviões para retomar vôos e cumprir concessão
DA SUCURSAL DO RIO
O novo proprietário da Varig
terá de negociar com empresas
de leasing a ampliação de sua
frota para voltar a ocupar todos
os seus espaços de pouso e decolagem nos aeroportos e manter as rotas das quais é concessionária. Para cumprir as concessões, a companhia precisa
de ao menos 53 aeronaves, segundo estimativa do consultor
em aviação Paulo Sampaio.
Hoje a empresa opera com 13
aviões em regime de paralisação parcial, dando prioridade
às rotas mais rentáveis. A Anac
(Agência Nacional de Aviação
Civil) prorrogou até hoje o plano de emergência que permite
à Varig não cumprir temporariamente todas as suas linhas.
A situação da VarigLog é
complicada, avalia Sampaio,
por conta do atrito com as empresas de leasing. Na última assembléia de credores, pela primeira vez empresas de leasing
optaram por votar contra o plano de recuperação da Varig.
Segundo Sampaio, a General
Electric Capital Aviation Service e a ILFC representam metade do mercado internacional de
leasing. A GE Capital teve seus
votos anulados na Justiça e a
ILFC foi a primeira a lutar para
retomar seus aviões. O restante
do mercado é dividido entre
empresas menores. A Varig
tem hoje aviões de empresas
como Central Air, Nissho Iwai,
Pembroke e Bavaria.
A Central Air quer retomar
três MD-11 e deve voltar a solicitar a devolução das aeronaves
em audiência na Justiça norte-americana amanhã.
Diante de tal cenário, Sampaio acredita que Varig enfrentará dificuldades para voltar a
operar todas as suas linhas. Segundo o relato de credores, a
VarigLog prevê que levará mais
50 dias para arrendar mais dez
aviões e aumentar a frota para
23 aviões, o que é insuficiente.
A Varig mantém a concessão
das mesmas rotas desde maio.
Normalmente, a Anac retoma
concessões de rotas que não
são operadas por mais de 30
dias, mas a Justiça congelou as
linhas para tornar a empresa
mais atraente em leilão.
Para voltar a operar vôos para Milão, Madri, Paris e Munique, entre outros, a Varig precisaria de ao menos 16 Boeings
777 ou MD-11. Com maior demanda e a deterioração no relacionamento com os arrendadores, o novo dono da aérea terá
dificuldades para elevar a frota.
Nas rotas internacionais, a
Varig viu sua participação na
oferta de vôos cair no começo
do mês a 4,5% para os EUA e a
13,5% para a Europa, diz Sampaio.
(JANAINA LAGE e PEDRO SOARES)
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