São Paulo, sexta-feira, 20 de julho de 2007

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Crédito imobiliário pode ter perda de US$ 100 bi, diz Fed

Bernanke afirma que setor ameaça afetar economia dos EUA, mas que tomará medidas

Em depoimento ao Senado americano, ele apontou que são necessários mais dados para haver certeza de que a inflação se desacelerou

DA REDAÇÃO

O presidente do Fed (Federal Reserve, o BC americano), Ben Bernanke, afirmou que podem chegar a US$ 100 bilhões as perdas com o mercado de financiamento imobiliário de alto risco, o chamado "subprime". "As perdas com o crédito ligado ao "subprime" vieram à tona e são bastante significativas", disse em depoimento ao Comitê do Setor Bancário do Senado dos EUA.
Segundo Bernanke, os problemas no setor imobiliário podem afetar o resto da economia, especialmente o gasto do consumidor, mas disse que o banco central americano está tomando medidas para reduzir a chance de que isso ocorra.
O mercado imobiliário tem sido uma das maiores preocupações dos investidores em relação à principal economia mundial. Os preços das moradias nos EUA atingiram níveis recordes nos últimos anos, atraindo muitos investidores. Mas nos últimos meses eles vêm caindo -o que fez muita gente perder dinheiro.
Com os altos preços, muitas pessoas apostaram no setor imobiliário como investimento. Assim, vários buscaram empréstimos de segunda linha ("subprime"), que é o segmento no qual são concedidos financiamentos a pessoas com pior histórico de crédito -portanto, que carregam maiores riscos de dar um calote. Com a desvalorização das moradias e o valor alto do financiamento, houve uma elevação da inadimplência, trazendo problemas para as financiadoras.
Uma das conseqüências do esfriamento do setor foi que o Fed e a Casa Branca reduziram as suas previsões de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) do país para este ano e para 2008. Agora, eles apostam em uma expansão de cerca de 2%. Nos primeiros três meses deste ano, a economia do país cresceu 0,7% na taxa anualizada, o menor avanço desde o quarto trimestre de 2002.

Inflação
Bernanke disse que as autoridades de política monetária precisam de mais dados a fim de se certificarem de que a inflação dos EUA está se desacelerando e terem a confiança de que os riscos de os preços aumentarem de forma mais acelerada se dissiparam.
"Os números da inflação mês a mês são muito ruidosos e, por isso, uma pequena sucessão de bons números não significa, por si só, que o problema está resolvido e não existe mais", disse o presidente do Fed.
Segundo ele, "como existem alguns riscos muito importantes de inflação, existe a possibilidade de que a inflação, mesmo que tenha regredido um pouco, volte a aumentar no futuro".

Ata
A ata da última reunião do Fomc (o comitê de política monetária dos EUA), dos dias 27 e 28 de junho, praticamente repetiu as declarações de Bernanke ao Congresso.
Segundo o documento, a inflação continua sendo motivo de preocupação, mas deve recuar nos próximos dois anos. Na ocasião, o Fed manteve a taxa de juros em 5,25% ao ano.


Com a Bloomberg


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