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Crédito imobiliário pode ter perda de US$ 100 bi, diz Fed
Bernanke afirma que setor ameaça afetar economia dos EUA, mas que tomará medidas
Em depoimento ao Senado americano, ele apontou que são necessários mais dados para haver certeza de que
a inflação se desacelerou
DA REDAÇÃO
O presidente do Fed (Federal
Reserve, o BC americano), Ben
Bernanke, afirmou que podem
chegar a US$ 100 bilhões as
perdas com o mercado de financiamento imobiliário de alto risco, o chamado "subprime". "As perdas com o crédito
ligado ao "subprime" vieram à
tona e são bastante significativas", disse em depoimento ao
Comitê do Setor Bancário do
Senado dos EUA.
Segundo Bernanke, os problemas no setor imobiliário podem afetar o resto da economia, especialmente o gasto do
consumidor, mas disse que o
banco central americano está
tomando medidas para reduzir
a chance de que isso ocorra.
O mercado imobiliário tem
sido uma das maiores preocupações dos investidores em relação à principal economia
mundial. Os preços das moradias nos EUA atingiram níveis
recordes nos últimos anos,
atraindo muitos investidores.
Mas nos últimos meses eles
vêm caindo -o que fez muita
gente perder dinheiro.
Com os altos preços, muitas
pessoas apostaram no setor
imobiliário como investimento. Assim, vários buscaram empréstimos de segunda linha
("subprime"), que é o segmento
no qual são concedidos financiamentos a pessoas com pior
histórico de crédito -portanto,
que carregam maiores riscos de
dar um calote. Com a desvalorização das moradias e o valor alto do financiamento, houve
uma elevação da inadimplência, trazendo problemas para as
financiadoras.
Uma das conseqüências do
esfriamento do setor foi que o
Fed e a Casa Branca reduziram
as suas previsões de crescimento do PIB (Produto Interno
Bruto) do país para este ano e
para 2008. Agora, eles apostam
em uma expansão de cerca de
2%. Nos primeiros três meses
deste ano, a economia do país
cresceu 0,7% na taxa anualizada, o menor avanço desde o
quarto trimestre de 2002.
Inflação
Bernanke disse que as autoridades de política monetária
precisam de mais dados a fim
de se certificarem de que a inflação dos EUA está se desacelerando e terem a confiança de
que os riscos de os preços aumentarem de forma mais acelerada se dissiparam.
"Os números da inflação mês
a mês são muito ruidosos e, por
isso, uma pequena sucessão de
bons números não significa,
por si só, que o problema está
resolvido e não existe mais",
disse o presidente do Fed.
Segundo ele, "como existem
alguns riscos muito importantes de inflação, existe a possibilidade de que a inflação, mesmo
que tenha regredido um pouco,
volte a aumentar no futuro".
Ata
A ata da última reunião do
Fomc (o comitê de política monetária dos EUA), dos dias 27 e
28 de junho, praticamente repetiu as declarações de Bernanke ao Congresso.
Segundo o documento, a inflação continua sendo motivo
de preocupação, mas deve recuar nos próximos dois anos.
Na ocasião, o Fed manteve a taxa de juros em 5,25% ao ano.
Com a Bloomberg
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