São Paulo, terça-feira, 20 de agosto de 2002

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EM TRANSE

Linha deve ser de R$ 2 bi, podendo chegar a R$ 7 bi, e começará hoje

BNDES libera até US$ 8 mi por empresa para exportar

CHICO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO

O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) vai liberar a partir de hoje o equivalente a até US$ 8 milhões (cerca de R$ 25 milhões, pela cotação do dólar de ontem) por empresa que procure crédito de curto prazo para capital de giro necessário ao financiamento de operações de exportação.
O prazo máximo para a aprovação do financiamento pelo banco será de cinco dias. "Estamos fazendo da forma mais simples possível para poder dar certo", disse o diretor da área financeira do BNDES, Isaac Zagury.
Ele disse que a disponibilidade inicial da linha será de R$ 2 bilhões, mas que, se necessário, o total pode chegar a R$ 7 bilhões. Afirmou ainda que o dinheiro do BNDES, mais outra parte que será liberada pelo BC, suprirá toda a carência de financiamentos de curto prazo que vem asfixiando as exportações e contribuindo para a alta da cotação do dólar.
Segundo as regras aprovadas ontem pela diretoria do BNDES, qualquer empresa, de qualquer porte, poderá se candidatar a um empréstimo da nova linha, batizada de Programa BNDES-Exim Pré-Embarque de Curto Prazo.
Isso quer dizer que o banco aboliu nesse caso as restrições que vigoram nas suas atuais linhas para exportações, como não financiar a venda de commodities.
Para obter o dinheiro, o exportador terá que procurar o BNDES, que não tem agências, por intermédio de um banco comercial credenciado. A esse banco cabe assumir o risco do crédito.
Em operações com micro, médias ou pequenas empresas, um fundo de aval administrado pelo próprio BNDES poderá assumir o risco, até o limite de R$ 500 mil, agilizando a liberação.
O prazo de cinco dias para a liberação vale a partir da data em que o BNDES receber do banco intermediário a ficha da operação. O prazo máximo para o pagamento do empréstimo será de seis meses.
Segundo as regras aprovadas, o tomador poderá escolher duas alternativas básicas de custo do dinheiro: ou TJLP (taxa de juros de longo prazo), atualmente em 10% ao ano, ou a libor (taxa básica do mercado europeu) semestral, que está em cerca de 3,4% ao ano. Quem optar pela libor arcará também com a variação cambial.
A uma dessas duas taxas devem ser somados até 2,5% ao ano de remuneração do BNDES e até 3% ao ano de remuneração do banco repassador do dinheiro.
Os R$ 2 bilhões iniciais da nova linha serão liberados pelo FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador), graças à medida provisória baixada pelo governo. O dinheiro adicional, se necessário, virá de "outras fontes", que Zagury preferiu não especificar. Ele explicou ainda que a nova linha se soma às que já existiam no banco, para operações de longo prazo.


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