São Paulo, terça-feira, 20 de agosto de 2002

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MERCADO FINANCEIRO

Anúncio de financiamento do BC às exportações anima investidores; moeda dos EUA cai 0,64%

Dólar volta a recuar e fecha em R$ 3,105


DA REPORTAGEM LOCAL

O dólar encontrou espaço para devolver mais um pouco da expressiva alta, de 3,5%, acumulada na semana passada. A moeda dos EUA fechou ontem vendida a R$ 3,105, com recuo de 0,64%.
O dólar chegou a abrir em alta. Mas a notícia de que o Banco Central vai destinar US$ 2 bilhões para o financiamento das exportações fez com que o dólar mudasse de trajetória e fosse negociado em baixa o resto do dia. Os detalhes da medida serão anunciados hoje.
Uma das principais justificativas para a recente escalada do dólar é a falta de linhas de crédito. Com um mercado de câmbio seco, a expectativa de entrada de novos recursos animou os investidores.
"O anúncio do BC ajudou a aliviar o câmbio. Além disso, houve o encontro dos candidatos à Presidência com Fernando Henrique Cardoso que, se não trouxe novidades, é um bom sinal", afirma Joaquim Kokudai, diretor de tesouraria do banco Lloyds TSB.
O risco-país também fechou em baixa, de 4,6%, a 1.994 pontos.
Operadores do mercado destacaram que houve um pequeno efeito positivo na adesão do economista José Alexandre Scheinkman ao grupo de colaboradores do presidenciável Ciro Gomes (PPS).
"Scheinkman agrada ao mercado. Mas não sabemos ainda qual será o papel que ele terá dentro de um hipotético governo de Ciro [Gomes"", afirma a diretora de câmbio da corretora AGK, Miriam Tavares.
O BC realizou ontem leilões de recompra de LFTs -títulos pós-fixados atrelados aos juros. Em dois leilões, o BC recomprou R$ 834 milhões em papéis.
O BC se dispôs apenas a recomprar papéis com vencimento neste ano -outubro e novembro. Isso fez os investidores aceitaram negociar bem menos que os R$ 2 bilhões que a autoridade monetária aceitaria recomprar, segundo analistas.
Na semana passada, o BC anunciou a recompra de até R$ 11 bilhões em títulos públicos.
Na Bovespa, nem o dia de vencimento de opções animou muito os negócios. Do volume de R$ 845 milhões que o pregão girou ontem, R$ 318 milhões foram do exercício dos contratos de opções. A Bolsa encerrou com desvalorização de 1,14%, com as ações preferenciais da Tele Leste Celular, que caíram 7%, liderando as perdas. (FABRICIO VIEIRA)


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