São Paulo, terça-feira, 20 de agosto de 2002

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Produto alivia crises brasileira e argentina

DA REDAÇÃO

O setor da soja vive "anos mágicos e inesquecíveis", diz Fernando Muraro. Segundo ele, "nunca se ganhou tanto com o produto no Brasil". Esses ganhos ocorrem não só devido ao aumento de produção, mas também à alta dos preços externos, que refletem imediatamente nos internos.
O ganho líquido dos produtores, feitas as contas em reais, chega a 140% por saca. Em dólares, a 100%. A soja é um verdadeiro bem nas mãos dos produtores. Segundo um produtor paranaense que não quis se identificar, os lucros são certos, mas o problema é "o que fazer com o dinheiro neste momento de transição".
Para esse mesmo produtor, o melhor é deixar a soja sem vender e esperar um bom momento para a comercialização. Segundo seu raciocínio, se vender o produto agora, terá de aplicar no sistema financeiro, que é menos seguro do que a soja, que vale dólar.
De fato, a soja vale dólar e está auxiliando inclusive o Brasil e a Argentina a amenizar a crise da balança comercial dos dois países. O saldo das exportações do grupo soja deverá atingir US$ 5,7 bilhões no Brasil nos cálculos da Abiove, a associação das indústrias brasileiras do setor da oleaginosa. Esse valor supera em 15% as previsões anteriores.
Para o próximo ano, devido ao aumento da área plantada e da safra maior, as receitas brasileiras com a soja poderão chegar a US$ 7 bilhões, segundo cálculos conservadores do mercado.
Na Argentina, o efeito da soja é ainda mais forte na balança comercial. Alberto Rodrigues, da câmara da indústria de soja argentina, correspondente à Abiove brasileira, diz que os preços elevados do produto no mercado externo vão permitir receita de US$ 5 bilhões, 19% de todas as exportações do país. No próximo ano, as receitas poderão chegar a US$ 6 bilhões, diz ele.


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