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Dados do setor imobiliário dos EUA podem elevar tensão
Estatística de empréstimos
hipotecários será divulgada
DA REPORTAGEM LOCAL
A agenda de eventos econômicos mais branda desta semana não deverá ser uma garantia
de tranqüilidade para o mercado financeiro global. Novos
problemas em fundos de investimentos internacionais ou em
empresas de crédito habitacional nos Estados Unidos podem
trazer de volta o pânico que
tem sacudido as Bolsas de Valores pelo mundo.
De dados a serem divulgados,
destaque para os números de
solicitações de empréstimos
hipotecários e de vendas de
imóveis novos nos EUA.
Na quarta-feira, a MBA (associação que representa os
bancos de financiamento imobiliário nos Estados Unidos)
apresenta os números de pedidos de empréstimos hipotecários. Como o mercado está altamente sensível a dados desse segmento, qualquer número
pode ter efeito no mercado.
Na sexta-feira, o governo
americano vai divulgar números das vendas de imóveis novos registrados em julho.
O mercado financeiro global
tem enfrentado momentos de
grande oscilação e instabilidade desde o dia 24 de julho. O temor de que a crise que afeta o
segmento de crédito imobiliário de alto risco (chamado de
"subprime") dos EUA contamine o resultado de instituições
financeiras e outros setores da
economia abalou as Bolsas nas
últimas semanas.
Nem os dados do CPI (índice
de inflação ao consumidor dos
EUA), divulgados na semana
passada, que ficaram dentro do
esperado, foram suficientes para animar o investidor.
A piora do mercado na semana passada levou o Fed (Federal Reserve, o banco central dos
Estados Unidos) a reduzir, na
sexta, a taxa de juros que utiliza
para emprestar dinheiro aos
bancos. A intenção foi tentar
melhorar o problema de liquidez que o sistema financeiro
tem enfrentado na turbulência.
As Bolsas, com exceção das
asiáticas, subiram em todo o
mundo na sexta em razão da
decisão do Fed. A Bolsa de Tóquio, que no último pregão havia perdido 5,42%, abriu hoje
em alta e nos primeiros minutos de negociação subia 3,2%.
Se a crise não se arrefecer,
analistas já contam com a possibilidade de o Fed reduzir a taxa básica de juros norte-americana, que é de 5,25% anuais. A
próxima reunião do Fed será
em 18 de setembro.
Desde o dia 9, com a piora da
turbulência, os bancos centrais
de países como EUA, Japão e
Austrália, além do BCE (Banco
Central Europeu), passaram a
injetar dinheiro no sistema financeiro como forma de evitar
que a queda na oferta de recursos elevasse os juros praticados
no mercado.
Brasil
O Brasil, ao lado de outros
mercados emergentes, tem sofrido com a crise, apesar de não
estar diretamente envolvido
com os episódios que têm motivado as turbulências.
Os grandes investidores têm
vendido ativos (ações, moedas,
papéis de dívida externa) dos
emergentes para cobrir prejuízos registrados em outros mercados. Os investidores também
têm procurado levantar recursos para aplicar em títulos do
Tesouro norte-americano.
A Bolsa de São Paulo registrou desvalorização de 7,75%
na semana passada. Neste ano,
ainda acumula alta de 9,19%.
Hoje, os investidores estarão
atentos aos dados do boletim
Focus. Feito semanalmente pelo Banco Central com cem instituições financeiras, o boletim
traz a projeção para itens relevantes como inflação e câmbio.
Na quinta-feira, o IBGE divulga o IPCA-15, espécie de
prévia do índice oficial de inflação. A expectativa é que o índice mostre alta de 0,34%, contra
0,24% da medição anterior.
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