São Paulo, quarta-feira, 20 de agosto de 2008

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País cria 1,56 milhão de empregos até julho

Setores de serviços e da indústria puxam alta de 27% na geração de vagas formais no acumulado do ano, diz Ministério do Trabalho

Em julho, saldo de contratações com carteira assinada também é recorde para o mês, com a geração de 203.218 postos

JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Com aumento disseminado de contratação em todos os setores da economia, o mercado de trabalho com carteira assinada alcançou nos sete primeiros meses do ano novo recorde de geração de empregos. Puxado principalmente pelo desempenho do setor de serviços e do da indústria, o saldo positivo atingiu 1,564 milhão de vagas no acumulado do ano.
O resultado ficou 27% acima da melhor marca anterior. De janeiro a julho de 2004, o mercado de trabalho também dava fortes sinais de crescimento, o que levou à geração de 1,236 milhão de vagas formais no período.
Para este ano, as projeções do Ministério do Trabalho apontam para um resultado superior a 2 milhões de novos postos. "Com tranqüilidade vamos chegar a esse número", afirma o ministro Carlos Lupi (Trabalho), ao divulgar os dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados). O cadastro reúne informações mensais das empresas sobre todos os trabalhadores contratados e demitidos.
Apesar de os dados absolutos do setor de serviços e da indústria serem os mais expressivos (490.105 e 355.396, respectivamente), a taxa de crescimento apresentada pela agricultura e pela construção civil animou o governo. No caso da agricultura, o crescimento foi de 18,14%, contra uma média nacional do período de 5,4%. Na construção civil, a taxa foi de 15,18%.

Julho
Em julho, o saldo de contratações formais também foi recorde para o mês, com a geração de 203.218 postos. O resultado supera o verificado em julho de 2004, que até então era o melhor número. Na comparação com julho do ano passado, houve incremento de 60%.
O número surpreendeu especialistas, que atribuem o bom desempenho do mercado à manutenção do nível acelerado da atividade econômica e ao aumento da formalização do emprego nas empresas. "A última variável a sentir os efeitos do aumento de juros é o mercado de trabalho. Achamos que isso vai acontecer no final do ano", afirma o economista da LCA Fábio Romão.
Para a consultoria, o emprego formal deverá fechar o ano com um saldo positivo de 1,785 milhão. "Acabamos de fazer essa projeção, que tem viés para cima, com base no estoque de empregos formais. O estoque vem crescendo em ritmo forte desde setembro do ano passado", afirma Romão.
Para ele, as empresas vêm formalizando postos não só pelo impacto da fiscalização do governo nos estabelecimento mas por conta do aumento da confiança dos empresários.
Na avaliação do Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial), três pontos merecem destaque nos dados do Caged de julho. O primeiro é o crescimento "consistente" da geração de novos postos na indústria.
Em segundo lugar, o instituto destaca que há "vigor" nas contratações no setor da construção civil.
"O que é sempre uma boa notícia, seja pelos efeitos das atividades desse setor sobre os demais, seja pelas perspectivas de produção de mais longo prazo que estão associados à construção", comenta o Iedi. O terceiro elemento enfatizado pelo instituto é a manutenção do Estado de São Paulo como forte gerador de vagas de emprego formal.


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