|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
PESCA
Objetivo é aumentar o consumo de 8,1 kg per capita/ ano
Secretaria faz campanha nacional para vender quilo de peixe a R$ 1
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
Um quilo de peixe por R$ 1 e
descontos de até 50% no valor do
produto são alguns dos atrativos
que a Secretaria Especial da Aqüicultura e Pesca negociou com fornecedores para promover a Semana Nacional do Peixe, que
acontece até o dia 30 deste mês em
todo o país.
O objetivo da campanha é estimular o consumo de pescado no
Brasil, que é da ordem de 8,1 kg ao
ano per capita. O número está
aquém da recomendação da FAO
(Organização das Nações Unidas
para a Alimentação e Agricultura), que orienta a ingestão de, ao
menos, 14 kg per capita/ano.
Mas se nota um avanço: em
2003, o consumo de pescados era
de 7 kg per capita/ano. O brasileiro prefere, porém, outras fontes
de proteína: o consumo de carne
bovina é de 37 kg per capita/ano e
o de frango atinge 31 kg per capita/ano.
Durante a Semana Nacional do
Peixe, o consumidor poderá encontrar peixe vendidos até pelo
preço de custo em mercados especializados, feiras livres e grandes redes de supermercados de
todo o país.
Um dos motivos identificados
pelo ministério para justificar o
baixo uso dos pescados na alimentação do brasileiro é o preço,
que chega a custar, em alguns casos, três a quatro vezes mais do
que as outras carnes.
Com o aumento do consumo, o
governo acredita que o preço dos
pescados poderá cair em razão do
incremento da pesca e da criação
em fazendas marinhas e demais
formas de criadouro.
Dados do IBGE revelam que o
preço do peixe subiu desde 1997
acima da inflação média, exceto
em 2003, quando empatou com o
índice oficial. Em 2004, o IPCA
(Índice de Preços ao Consumidor
Amplo) ficou em 7,6%. Os pescados subiram: 9,25%. As carnes e o
frango, porém, registraram variações abaixo da inflação -4,87% e
2,81%, respectivamente.
Neste ano, no entanto, o peixe
teve alta de apenas 0,84%, contra
um IPCA acumulado até agosto
de 3,59%. Carnes e frango registram, no ano, deflação -de
6,10% e 4,29%, respectivamente.
Promoções
Na campanha de promoção do
consumo do pescado realizada no
ano passado, por exemplo, a sardinha chegou a custar R$ 0,99 o
quilo em diversos supermercados. Neste ano, como o peixe está
na época de reprodução sua pesca
está proibida e não estará disponível. Mas existem alternativas
com preços baixos, como a corvina e o xerelete, entre outros.
Os preços e os tipos de peixes,
crustáceos e demais pescados em
promoção vão variar de acordo
com o ponto de venda.
O ministro-chefe da Secretaria
da Pesca, José Fritch, será o garoto-propaganda. Vestido com
avental de cozinheiro, preparará
hoje uma moqueca em um programa feminino de TV, em São
Paulo, e percorrerá supermercados e mercados de peixe no Rio.
Além de promover o consumo
do peixe, o ministério está em
campanha para recadastrar os
cerca de 600 mil pescados que
atuam em todo o Brasil. A idéia é
"depurar" o cadastro, pois há indícios de fraudes.
Muitas pessoas que não subsistem da pesca constam do registro
oficial para obter benefícios como
o seguro-defeso (espécie de seguro-desemprego dado aos pescadores por três meses na época de
reprodução das espécies) e crédito subsidiado do Banco do Brasil,
com juros fixos de 3% ao ano. O
ministério avalia que o número
total de pescados pode até cair depois do recadastramento devido
ao pente-fino que está em curso.
Texto Anterior: Frase Próximo Texto: Agronegócio: Recuperação do preço do café não motiva produtores a elevar plantio Índice
|