São Paulo, terça-feira, 20 de setembro de 2005

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PESCA

Objetivo é aumentar o consumo de 8,1 kg per capita/ ano

Secretaria faz campanha nacional para vender quilo de peixe a R$ 1

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

Um quilo de peixe por R$ 1 e descontos de até 50% no valor do produto são alguns dos atrativos que a Secretaria Especial da Aqüicultura e Pesca negociou com fornecedores para promover a Semana Nacional do Peixe, que acontece até o dia 30 deste mês em todo o país.
O objetivo da campanha é estimular o consumo de pescado no Brasil, que é da ordem de 8,1 kg ao ano per capita. O número está aquém da recomendação da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura), que orienta a ingestão de, ao menos, 14 kg per capita/ano.
Mas se nota um avanço: em 2003, o consumo de pescados era de 7 kg per capita/ano. O brasileiro prefere, porém, outras fontes de proteína: o consumo de carne bovina é de 37 kg per capita/ano e o de frango atinge 31 kg per capita/ano.
Durante a Semana Nacional do Peixe, o consumidor poderá encontrar peixe vendidos até pelo preço de custo em mercados especializados, feiras livres e grandes redes de supermercados de todo o país.
Um dos motivos identificados pelo ministério para justificar o baixo uso dos pescados na alimentação do brasileiro é o preço, que chega a custar, em alguns casos, três a quatro vezes mais do que as outras carnes.
Com o aumento do consumo, o governo acredita que o preço dos pescados poderá cair em razão do incremento da pesca e da criação em fazendas marinhas e demais formas de criadouro.
Dados do IBGE revelam que o preço do peixe subiu desde 1997 acima da inflação média, exceto em 2003, quando empatou com o índice oficial. Em 2004, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) ficou em 7,6%. Os pescados subiram: 9,25%. As carnes e o frango, porém, registraram variações abaixo da inflação -4,87% e 2,81%, respectivamente.
Neste ano, no entanto, o peixe teve alta de apenas 0,84%, contra um IPCA acumulado até agosto de 3,59%. Carnes e frango registram, no ano, deflação -de 6,10% e 4,29%, respectivamente.

Promoções
Na campanha de promoção do consumo do pescado realizada no ano passado, por exemplo, a sardinha chegou a custar R$ 0,99 o quilo em diversos supermercados. Neste ano, como o peixe está na época de reprodução sua pesca está proibida e não estará disponível. Mas existem alternativas com preços baixos, como a corvina e o xerelete, entre outros.
Os preços e os tipos de peixes, crustáceos e demais pescados em promoção vão variar de acordo com o ponto de venda.
O ministro-chefe da Secretaria da Pesca, José Fritch, será o garoto-propaganda. Vestido com avental de cozinheiro, preparará hoje uma moqueca em um programa feminino de TV, em São Paulo, e percorrerá supermercados e mercados de peixe no Rio.
Além de promover o consumo do peixe, o ministério está em campanha para recadastrar os cerca de 600 mil pescados que atuam em todo o Brasil. A idéia é "depurar" o cadastro, pois há indícios de fraudes.
Muitas pessoas que não subsistem da pesca constam do registro oficial para obter benefícios como o seguro-defeso (espécie de seguro-desemprego dado aos pescadores por três meses na época de reprodução das espécies) e crédito subsidiado do Banco do Brasil, com juros fixos de 3% ao ano. O ministério avalia que o número total de pescados pode até cair depois do recadastramento devido ao pente-fino que está em curso.


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