Seja quem for o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva ou Geraldo Alckmin, haverá uma mudança na gestão macroeconômica a partir de 2007. Deverá preponderar uma menor tolerância à valorização do real e uma maior preocupação em estimular o crescimento da economia.
De acordo com a LCA Consultores, a menor tolerância já se insinua desde fins de 2005, quando o Banco Central passou a promover grandes intervenções no mercado de câmbio. A perspectiva, para 2007, é que as compras de dívidas pela autoridade monetária continuem bastante volumosas para viabilizar a trajetória projetada para o câmbio, de dólar a R$ 2,40, no final do próximo ano.
De acordo com a LCA, mesmo com cortes pronunciados da taxa Selic -a consultoria projeta reduções de 0,5 ponto percentual em cada uma das duas reuniões do Copom neste ano- e com algum aumento da aversão global ao risco em 2007, a tendência é o câmbio continuar se apreciando, e, daí, a necessidade de o BC manter as intervenções. A consultoria prevê a Selic em 13,25% no final deste ano e em 11,75% em dezembro de 2007.
O custo fiscal dessa atuação mais regular do BC no câmbio seria tolerável. Simulações feitas pela LCA indicam os juros mais baixos e a própria alta do dólar, que dariam um certo alívio fiscal. Haveria, no entanto, pressão sobre o estoque da dívida mobiliária.
Para compensar essa pressão, e também para abrir espaço para o investimento público e para a assimilação de um ritmo um pouco menos tímido da redução da Selic, a consultoria espera que venham a ser tomadas medidas para moderar os gastos correntes.
A LCA também prevê que o próximo governo deixará para o início do mandato uma "desova de notícias menos simpáticas à opinião pública", como a opção por um reajuste mais modesto do salário mínimo. Já a munição para as notícias de maior apelo, como reduções de impostos e aumentos de investimentos, fica para o próximo mandato.

SOB MEDIDA
A grife Ermenegildo Zegna oferece para seus clientes brasileiros, até sábado, serviço de assessoria de moda exclusiva com o diretor do departamento "su misura" (sob medida) da marca para Portugal, Espanha e América Latina, Ramón Piqué. Com 24 anos de experiência no cargo, Piqué atenderá em São Paulo, na loja do Iguatemi e na Daslu. Cada sessão de atendimento pode durar em torno de 45 minutos. "O homem brasileiro, hoje, veste a mesma coisa que o italiano, que o americano", diz Piqué, que acredita em uma moda "globalizada". "Os quilômetros entre o Brasil e a Europa continuam os mesmos de 20 anos atrás, mas a distância cultural encurtou", diz.

TÔ NEM AÍ
Pesquisa com 89.482 trabalhadores de 638 empresas de diferentes países mostrou que o fato de um funcionário saber dos objetivos da empresa em que trabalha não significa, necessariamente, que ele se sinta responsável por eles (veja quadro acima). O estudo foi feito pela FranklinCovey, com o método "xQ" (quociente de execução), que mede a capacidade de produzir resultados.

LEI ANTITRUSTE
A Fiesp criou um grupo de estudos de direito concorrencial coordenado por Rui Coutinho e João Grandino, dois ex-presidentes do Cade, para discutir a legislação antitruste no Brasil. A primeira reunião será amanhã, na sede da Fiesp, e será debatido o projeto de lei que transita no Congresso sobre o tema.

NEGOCIAÇÃO
Causaram estranheza a pessoas próximas da operação da compra da Inco pela Vale declarações do banco Credit Suisse de que a mineradora teria US$ 30 bilhões para o negócio. A Vale ofereceu US$ 18 bilhões para a transação. O medo de alguns dos negociadores, inclusive da Vale, é a Inco aumentar o preço. A Vale detém a única proposta para a compra da Inco.

ALTA-TENSÃO
Empresários gaúchos estão na disputa por um contrato de fornecimento de transformadores de alta-tensão para o Iraque. O preço ainda não está fechado, mas fala-se em algo em torno de US$ 50 milhões. O primeiro passo a favor do Brasil já foi dado. Em agosto, o Iraque comprou no mercado brasileiro US$ 146 mil em bobinas de reatância, um equipamento usado para regular voltagem e que é usado em geradores com mais de dez anos, a idade de alguns equipamentos do Iraque.

PETROQUÍMICOS
As vendas em dólar do setor de distribuição de produtos químicos e petroquímicos subiram 13,7%, segundo a Associquim (dos distribuidores) e o Sincoquim (sindicato do comércio).

CAIXINHA CHEIA
As doações à Universidade Harvard cresceram 16,7%, para US$ 29,2 bilhões no último ano fiscal, que terminou em junho. Em 2005, o total chegou a US$ 25,9 bilhões. A universidade depende das doações -uma combinação de cerca de 11 mil fundos individuais- para pagar suas despesas. Em 1990, as doações não chegavam a US$ 5 bilhões.

ALTA NO AÇOUGUE
O IPV (Índice de Preços no Varejo) da Fecomercio, que será divulgado hoje, teve alta de 4,06% no grupo de açougues em agosto. A redução de casos de febre aftosa e de gripe aviária e a entressafra da carne bovina foram os fatores que contribuíram para a elevação. O acréscimo nos preços foi de 4,68% nas carnes bovinas, 1,42% em aves e 2,43% nos suínos.

DOSE DUPLA
O publicitário João Roberto Vieira da Costa promove hoje dois lançamentos. O de sua nova agência, a novaS/B (ex-SNBB), em sociedade com Silvana Tinelli, e o do livro "Comunicação de Interesse Público - Idéias que Movem Pessoas e Fazem um Mundo Melhor" (ed. Jaboticaba, 160 páginas). O livro debate como as novas ferramentas, como a internet, interagem na comunicação do governo, das empresas e do terceiro setor.

RECORDE
A arrecadação da Brasilprev atingiu R$ 319 milhões em agosto, um recorde mensal para a empresa. Esse resultado foi impulsionado pelo segmento de alta renda, que tem apostado na previdência privada e, em particular, nos produtos VGBL. A arrecadação desses produtos cresceu 76,83% nos últimos 12 meses.

BOA FORMA
O mercado de boa forma e bem-estar se encontra em São Paulo, a partir de amanhã, na Fitness Brasil, que, em sua sétima edição, reúne 130 expositores e espera cerca de 9.000 visitantes. Além de negócios, há uma programação de palestras. O evento vai até o sábado, no Transamérica Expo Center, em São Paulo.


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