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FESTA SALGADA
Fabricante pede 100% a mais pelo pernil
Natal terá peru e chester mais caros
ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
As negociações que ocorrem
entre redes de supermercados e
indústria para definir as encomendas de Natal pararam por
conta de um desentendimento.
O foco do problema são os contratos de compra e venda de
aves e suínos para as festas natalinas.
Por razões estratégicas, as lojas anteciparam seus pedidos
de compras de Natal (panetones, frutas secas, entre outros)
aos fabricantes neste ano por
temor de que o aquecimento
da economia provocasse falta
de mercadorias.
Mas, no caso de itens como
pernil, tender, peru e chester, a
situação é outra. Perdigão e Sadia, líderes do setor, já propuseram um aumento no valor do
pernil. A Folha apurou que o
reajuste pedido pela Sadia coloca o preço de venda da peça
(quilo) para o varejo em R$ 8.
Em cima desse valor é colocada
a margem do varejo, que revende o item ao consumidor.
No ano passado, no mesmo período, o valor do pernil girava
em torno de R$ 4 para a loja.
Para o chester e o peru, os supermercados acreditam que os
reajustes possam variar de 10%
a 15% em relação à tabela do
ano passado de venda da indústria ao comércio.
As negociações entre supermercados e indústria devem
ser retomadas na sexta-feira
-foram postergadas por conta de viagens ao exterior dos fabricantes nos últimos dias.
São duas as cartas na manga
da indústria nessa negociação:
a questão da demanda e as exportações. Falta carne de porco
no mercado, e a Rússia continua como voraz compradora.
Com mercado de sobra, quem
paga leva. Por isso, no momento, as lojas estão na berlinda.
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