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Governo vai estimular PAC e mercado interno, diz Lula
Presidente afirma que investimentos em obras não serão afetados pela retração do crédito
Em discurso na Grande SP, presidente volta a dizer que Planalto não vai anunciar pacote econômico para combater efeitos da crise
CLAUDIO DANTAS SEQUEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem que
manterá os investimentos do
PAC (Programa de Aceleração
do Crescimento), apesar da escassez de crédito decorrente da
crise financeira. Em ato político de apoio à candidatura de
Luiz Marinho à prefeitura de
São Bernardo do Campo, Lula
afirmou que fomentar o mercado interno é o melhor remédio
para lidar com a eventual redução das exportações.
"Obviamente não posso fingir que não há uma crise. Mas
ela vai chegar mais forte aqui se
houver uma recessão profunda
nos EUA e na Europa e diminuir as exportações. Por isso é
que nós vamos continuar fomentando o mercado interno.
Por isso é que nós vamos continuar a fazer as obras do PAC."
Lula ressaltou que, dos investimentos que a Petrobras tem
programados até 2012, "US$
104 bilhões são do caixa próprio". "É dinheiro da Petrobras
para fazer os investimentos
que temos que fazer aqui", disse o presidente, citando que
Gerdau e Vale não vão parar
seus projetos. Lula descartou
mais uma vez a possibilidade de
adotar um pacote econômico.
"Eu nunca conversei tanto
com o meu ministro da economia, com o presidente do Banco Central, com economistas e
com empresários como eu tenho conversado. Nós não vamos nunca anunciar pacote,
nunca. Porque, toda vez que
nós anunciamos pacote, o povo
ficou no prejuízo", disse. Lula
defendeu "medidas pontuais",
comparando-as com remédios.
"Dor de barriga, é remédio para
dor de barriga. Calo no pé, é remédio para calo no pé."
O presidente anunciou que
amanhã vai se reunir com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o presidente do Banco
Central, Henrique Meirelles.
Também devem participar do
encontro, segundo ele, os presidentes do Banco do Brasil e da
Caixa Econômica. Lula disse
que os bancos brasileiros estão
menos endividados do que os
estrangeiros e pediu "tranqüilidade" à população.
"Podemos ter problemas,
mas a crise não se enfrenta com
medo. Vocês não devem se endividar mais do que podem,
mas também não devem deixar
de comprar o necessário", afirmou. Como em outros discursos, Lula disse que o governo
fez a lição de casa, ao "acumular
reservas", em vez de gastar.
Segundo o presidente, o governo dispõe de US$ 207 bilhões como garantia de oferta
de crédito. "Nós não vamos parar um projeto do PAC, e a Petrobras não vai parar um projeto dela. Nós vamos mostrar que
podemos ter problemas, mas
que crise a gente não enfrenta
escondido e com medo. Crise, a
gente levanta a cabeça e tenta
transformá-la em uma coisa
importante para o Brasil."
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