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Coréia do Sul anuncia plano de ajuda de US$ 130 bilhões
Instituições têm dificuldades para pagar empréstimos
DA REDAÇÃO
Com a Bolsa de Valores em
queda e uma das moedas que
mais se desvalorizam no mundo, o governo da Coréia do Sul
anunciou um pacote de US$
130 bilhões (cerca de 13% do
PIB do ano passado da quarta
maior economia asiática) de
ajuda aos bancos locais, unindo-se a uma lista que conta, entre outros, com União Européia, Austrália e Hong Kong.
A principal medida do pacote
são os US$ 100 bilhões que o
governo vai garantir em empréstimos em moeda estrangeiro assumidos pelos bancos
coreanos a partir de ontem até
30 de junho do ano que vem. Os
demais US$ 30 bilhões serão
usados em injeção nos bancos.
"O governo decidiu se unir
aos esforços coordenados globais para estabilizar os mercados financeiros", afirmou o ministro das Finanças, Kang
Man-soo. "Estamos tomando
medidas similares para impedir que os bancos domésticos
tenham desvantagens competitivas em termos de financiamento externo e para acalmar
os temores dos mercados financeiros." Desde o início do
ano, a Bolsa do país recuou
37,77% -neste mesmo período, a Bovespa caiu 43,03%.
Com a sua moeda, o won, em
queda (já se desvalorizou em
cerca de 30% neste ano na
comparação com o dólar) e o
aperto no crédito global, os
bancos sul-coreanos têm tido
dificuldades para cumprir com
os empréstimos assumidos em
divisa estrangeira. Na semana
passada, a agência de classificação de risco Standard & Poor's
colocou sete bancos sul-coreanos em sua lista de observação,
devido à dificuldade das instituições em pagar empréstimos
em moeda estrangeira.
As medidas anunciadas ontem não incluem a ampliação
das garantias dos depósitos
nem a recapitalização das instituições, mas elas não estão descartadas, segundo o vice-ministro das Finanças, Shin Je-yoon,
que disse que essas ações não
foram tomadas porque ainda
não houve uma corrida da população para retirar seu dinheiro das instituições.
. "Nós não queremos ver a
turbulência financeira se espalhar para a economia real. Esperamos que os mercados financeiros se estabilizem logo."
A iniciativa do governo sul-coreano foi saudada pelo diretor-gerente do FMI, Dominique Strauss-Kahn.
Com o "Financial Times" e agências internacionais
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