São Paulo, segunda-feira, 20 de outubro de 2008

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Coréia do Sul anuncia plano de ajuda de US$ 130 bilhões

Instituições têm dificuldades para pagar empréstimos

DA REDAÇÃO

Com a Bolsa de Valores em queda e uma das moedas que mais se desvalorizam no mundo, o governo da Coréia do Sul anunciou um pacote de US$ 130 bilhões (cerca de 13% do PIB do ano passado da quarta maior economia asiática) de ajuda aos bancos locais, unindo-se a uma lista que conta, entre outros, com União Européia, Austrália e Hong Kong.
A principal medida do pacote são os US$ 100 bilhões que o governo vai garantir em empréstimos em moeda estrangeiro assumidos pelos bancos coreanos a partir de ontem até 30 de junho do ano que vem. Os demais US$ 30 bilhões serão usados em injeção nos bancos.
"O governo decidiu se unir aos esforços coordenados globais para estabilizar os mercados financeiros", afirmou o ministro das Finanças, Kang Man-soo. "Estamos tomando medidas similares para impedir que os bancos domésticos tenham desvantagens competitivas em termos de financiamento externo e para acalmar os temores dos mercados financeiros." Desde o início do ano, a Bolsa do país recuou 37,77% -neste mesmo período, a Bovespa caiu 43,03%.
Com a sua moeda, o won, em queda (já se desvalorizou em cerca de 30% neste ano na comparação com o dólar) e o aperto no crédito global, os bancos sul-coreanos têm tido dificuldades para cumprir com os empréstimos assumidos em divisa estrangeira. Na semana passada, a agência de classificação de risco Standard & Poor's colocou sete bancos sul-coreanos em sua lista de observação, devido à dificuldade das instituições em pagar empréstimos em moeda estrangeira.
As medidas anunciadas ontem não incluem a ampliação das garantias dos depósitos nem a recapitalização das instituições, mas elas não estão descartadas, segundo o vice-ministro das Finanças, Shin Je-yoon, que disse que essas ações não foram tomadas porque ainda não houve uma corrida da população para retirar seu dinheiro das instituições.
. "Nós não queremos ver a turbulência financeira se espalhar para a economia real. Esperamos que os mercados financeiros se estabilizem logo."
A iniciativa do governo sul-coreano foi saudada pelo diretor-gerente do FMI, Dominique Strauss-Kahn.


Com o "Financial Times" e agências internacionais


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