São Paulo, terça-feira, 20 de outubro de 2009

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Taxa busca conter volatilidade, diz Fazenda

SHEILA D"AMORIM
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Com excesso de capital disponível no mundo em busca de aplicações rentáveis, o governo teme que o Brasil seja alvo de movimentos especulativos nos próximos seis meses, o que se traduziria num forte ingresso de recursos de curto prazo causando volatilidade na taxa de câmbio e, consequentemente, impacto na inflação. Por isso, a decisão de instituir um custo a mais ao investidor que quiser aplicar no país.
"Há perspectiva de ter uma grande entrada de capital especulativo num curto espaço de tempo. O investidor entra agora para sair daqui a seis meses ou na véspera da eleição. O objetivo é moderar a liquidez e desestimular o fluxo de curto prazo", disse o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa.
Segundo ele, a medida encarecerá as aplicações de curto prazo, e o efeito esperado com a desvalorização da taxa de câmbio compensará os exportadores. "Essa não é uma medida arrecadatória", diz.
Considerando os dados do Banco Central referentes ao ingresso de dinheiro para aplicações em Bolsa e em títulos de janeiro a agosto e a cotação atual do dólar, o governo teria arrecadado, pelo menos, R$ 4 bilhões se a alíquota de 2% de IOF na entrada estivesse em vigor desde o início do ano.
Anunciada no início da noite de ontem, a medida causou um grande ruído no mercado e provocou críticas de todos os lados.
Desde que o governo de FHC trocou o regime de câmbio fixo pelo flutuante, em janeiro de 1999, instrumentos de controle do fluxo de dólares estavam praticamente abandonados.
A exceção ficou por conta do início de 2008, quando a equipe econômica usou a cobrança de IOF na hora em que o investidor ingressa no país para tentar conter o excesso de recursos que vieram para compra de títulos no mercado brasileiro.
No entanto, a ideia que foi abandonada sete meses depois não impediu o forte ingresso e também não foi aplicada para as operações no mercado de ações, algo que o governo resolveu instituir agora.


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