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EXPLORAÇÃO
Objetivo é aumentar prazo, que é de três anos, para empresa encontrar petróleo
Lei pode mudar para ajudar Petrobrás
da Sucursal do Rio
O ministro de Minas e Energia,
Raimundo Brito, disse ontem que
o governo poderá enviar ao Congresso Nacional projeto de modificação da lei 9.478 (Lei do Petróleo)
para favorecer a assinatura de novas parcerias para exploração de
petróleo pela Petrobrás.
Conforme a Folha antecipou na
edição de sábado, a primeira parceria, no valor de US$ 20 milhões,
foi assinada ontem com um consórcio liderado pela argentina YFP
S/A. "Toda grande caminhada começa com um primeiro passo",
disse Brito ao ser questionado sobre o pequeno valor do contrato.
Na bacia de Campos (RJ), a Petrobrás tem parcerias em perspectiva para projetos com investimentos acima de US$ 1,5 bilhão, como
para a exploração do bloco BC-4 e
para o desenvolvimento da produção do campo de Albacora Leste.
A mudança na lei teria o objetivo
de aumentar o prazo que a estatal
tem para encontrar petróleo comercialmente explorável nas áreas
de concessão que recebeu da ANP
(Agência Nacional do Petróleo).
O prazo é de três anos, contados
de agosto deste ano, e vem sendo
considerado inviável por candidatos a parcerias de grande porte
com a Petrobrás, como a Shell e a
British Petroleum.
Brito disse que nos casos em que
o prazo estiver realmente inviabilizando o negócio, a área jurídica do
governo estudará mudanças via
regulamentação. Caso não haja
saída por esse caminho, "será proposta mudança da lei", disse Brito.
O governo deverá também fazer
modificações na carga tributária
que incidirá sobre a indústria do
petróleo a partir de agora, outro
item reclamado pelo mercado.
O diretor-geral da ANP, David
Zylbersztajn, admitiu que será
mudada a cobrança de royalties
(direito de uso da área) em áreas,
por exemplo, de difícil acesso, como o campo de Urucu, no Amazonas, controlada pela Petrobrás.
Para aquela área, o royalty fixado
foi de 10% sobre o valor produzido, por ser uma área considerada
muito rentável, mas Zylbersztajn
disse que não foi considerada a dificuldade de transporte.
O contrato assinado ontem é para explorar uma área na bacia do
Espírito Santo, a cerca de 100 km a
nordeste de Vitória. A Petrobrás
terá 35% e o consórcio liderado pela YFP, 65%.
A YFP será a operadora do consórcio, integrado também pelas
norte-americanas Santa Fe, Wiser
e Norbay e pelas brasileiras Sotep e
Petroserv.
Embora a área tenha sido concedida pelo governo à Petrobrás, a legislação permite que ela seja minoritária e não-operadora em parceria para explorá-la. "A agência é
burramente técnica", disse
Zylbersztajn, da ANP, para dizer
que o órgão regulador do mercado
somente cumpre o que está na lei.
A Petrobrás já furou 11 poços na
área, encontrando formações consideradas subcomerciais. Agora,
deverão ser furados mais dois ou
três poços.
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