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Com redução, o custo do cheque
especial cai para 172,72% ao ano
ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Logo após o anúncio do governo sobre a queda na Selic, bancos
e redes de varejo começaram a informar o mercado sobre ligeiras
reduções nos juros ao consumidor. Levantamento da Anefac, associação dos executivos de finanças, mostra que a queda consecutiva nos juros -que ocorre há
meses- gerou certa economia
para o bolso do consumidor.
Uma análise a médio prazo
mostra que, se há quatro meses o
cliente de banco pagava, em média, R$ 65,27 em juros pelo uso da
linha de cheque especial -no valor de R$ 1.000- durante 20 dias,
agora ele desembolsa pela mesma
linha R$ 58,33.
Essa redução no gasto ocorre
porque, com a queda seguida na
taxa básica (Selic), o mercado financeiro passou a cobrar um
pouco menos pelos seus serviços
e linhas de crédito.
Portanto, a taxa de juros média
no cheque especial passou de
9,79% em julho para 8,83% em
outubro e atingiu 8,72% em novembro, depois da queda de ontem. Ao ano, ficará em 172,72%
(ver quadro ao lado).
Há outro exemplo: em julho o
comércio cobrava, em média, juros de 6,73% ao mês para a compra de um aparelho de som de R$
800, financiado em 12 vezes. Cada
parcela saía por R$ 99,28 na época. Mas desde então os juros ao
consumidor só caem.
Portanto, com a redução na taxa
básica (Selic) anunciada ontem, a
taxa média atingiu 6% e o mesmo
aparelho de som custará 12 parcelas de R$ 95,84.
Os dados fazem parte de um levantamento da Anefac apresentado ontem, que leva em conta uma
estimativa de taxas cobradas, em
geral, nos bancos e no comércio.
A Anefac alerta, no entanto, que
as taxas de juros cobradas ainda
estão elevadas e a redução nos
gastos do consumidor, com as recentes quedas, é tímida.
"Esperávamos na reunião do
Copom uma redução de até dois
pontos percentuais na Selic, que
cairia para 17% ao ano. Isso motivaria maiores quedas nas taxas",
afirma Oiram Corrêa, economista
da Fecomercio.
Custo para empresas
Segundo a Anefac, também é
possível verificar uma ligeira redução nas taxas cobradas às empresas. A taxa média paga pelas
pessoas jurídicas passou de
73,52% ao ano para 71,35% agora.
Para obter capital de giro, por
exemplo, em julho as companhias
pagavam uma taxa de 4,57% ao
mês. Com a queda na Selic ontem,
os juros cobrados para obter capital de giro caíram para 4,17%.
Bancos públicos e instituições
financeiras privadas, além de uma
loja de varejo, anunciaram queda
nos juros ontem.
No Bradesco, no caso de pessoas físicas, os juros do cheque especial caíram de 8,29% a 3,08%
(taxas máxima e mínima) para de
8,18% a 3,04%.
No varejo, a Arapuã decidiu reduzir a taxa de juros do cartão de
crédito de 2,5% para 1,99% ao
mês, nos planos em até 12 pagamentos, exceto para móveis e telefones celulares.
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