São Paulo, terça-feira, 20 de novembro de 2007

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CVM vai investigar alta de ações da Telebrás

DA REPORTAGEM LOCAL

A Bovespa recusou pedido da Telebrás para que fossem suspensos os negócios com suas ações ontem. A solicitação foi feita após a Bolsa requisitar explicações que justificassem as altas nas ações da tele na última sexta, de 200% (preferenciais) e 218,18% (ordinárias).
No pregão de ontem, as ações da Telebrás, após voltarem a registrar forte alta, acabaram por encerrar o dia em queda. O papel ON perdeu 31,42%, e o PN caiu 22,22%. A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) vai investigar a atípica movimentação das ações da Telebrás nos últimos pregões.
"Não tendo a Telebrás e seus dirigentes dado motivos para as oscilações de suas ações, solicitamos o bloqueio delas para negociação na abertura do pregão da Bovespa, ainda hoje [ontem], para permitir aos órgãos competentes e fiscalizadores a apuração da ocorrência atípica", informou a Telebrás em nota enviada à Bolsa.
Para a empresa, a valorização pode ter relação com as declarações do ministro Hélio Costa (Comunicações), em entrevista à Folha, na edição da última quarta-feira, de que a Telebrás iria coordenar o uso de fibras óticas ociosas de estatais no projeto de ampliação das redes de internet rápida em 90% do país. O projeto custaria entre R$ 2,5 bilhões e R$ 3 bilhões em três anos e seria anunciado, pelo presidente Lula, nas próximas semanas.
"A Telebrás não teve nenhuma participação na divulgação da possível declaração do senhor ministro, até porque cabe exclusivamente ao Ministério das Comunicações a formulação das políticas públicas de Comunicações", disse a companhia.

Novo papel
A Telebrás, holding do antigo monopólio estatal da telefonia, privatizado em 1998, deveria ter sido extinta dois anos depois da privatização, mas sobrevive como fornecedora de mão-de-obra das antigas estatais para a Anatel.
O presidente da Telebrás, Jorge Mota Silva, disse na semana passada que a empresa, que fornece 253 empregados para a Anatel, está pronta para assumir um novo papel. "Acho que seria uma reparação, tardia, para a Telebrás."


Com a Folha Online


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