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Balança de autopeças será deficitária em 2007
Fabricantes já estudam produzir em outros países
CRISTIANE BARBIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
Depois de cinco anos no azul,
a balança comercial do setor de
autopeças deverá fechar 2007
em déficit. Segundo o Sindipeças, sindicato dos fabricantes,
os produtores deverão importar US$ 100 milhões a mais do
que exportar, neste ano.
Até junho, a expectativa do
sindicato era de que o setor tivesse superávit de US$ 1,8 bilhão. Em função da queda do
dólar, o valor foi revisto para
US$ 500 milhões, em julho e,
agora, tornou-se deficitário.
O déficit foi resultado principalmente do aumento das importações, que devem passar de
US$ 6,8 bilhões, em 2006, para
US$ 9 bilhões em 2007. O valor
é 33% superior. Já as exportações devem crescer apenas
1,6%, passando de US$ 8,76 bilhões para US$ 8,9 bilhões.
De janeiro a setembro, as exportações somaram US$ 6,63
bilhões, e as importações, US$
6,65 bilhões, resultando em déficit de US$ 23 milhões.
As indústrias procuram
adaptar-se ao cenário de valorização do real. Marca forte em
diversos países, a Baterias
Moura está revendo sua estratégia de produção e tem estudado terceirizar parte de sua fabricação para o México.
"Não podemos sair de determinados países, mas as exportações tendem a se tornar inviáveis, se a trajetória de alta do
real se mantiver", afirma Paulo
Sales, vice-presidente da Baterias Moura. "Um grupo de executivos foi ao México para estudar terceirizar a produção lá."
Segundo ele, a produção local
não se inviabilizou porque a
empresa passou também a importar matérias-primas.
As importações da Moura
dobraram em 2007, em relação
ao ano anterior, enquanto as
exportações cresceram 40%
em volume e 115% em faturamento. As expectativas de exportar 20% do faturamento de
US$ 200 milhões, em 2007, caíram para 15% e foram revistas,
recentemente, para 12%.
"Conseguimos exportar mais
em valores porque aumentamos os preços das baterias, já
que uma matéria-prima importante, o chumbo, teve grande
alta em 2007", diz Sales. "Mas
quando deixamos de dar emprego para brasileiros e criamos vagas no México, é sinal de
que alguma coisa está errada."
A fabricantes de motores
Cummins não perdeu contratos de exportação, porém percebeu que a concorrência com
produtores asiáticos começou a
se tornar mais difícil.
"O volume de transações não
diminuiu porque ganhamos
competitividade e volume", diz
Luis Chain Faraj, gerente da
Cummins. "Mas se continuarmos assim, o cliente não vai
conseguir repassar no preço."
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