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Bancos deixam R$ 10 bi parados no BC
Montante do compulsório que não foi utilizado na compra de carteiras de instituições de menor porte fica sem remuneração
Grandes bancos compraram o equivalente a R$ 19,5 bi em carteiras de crédito dos menores, valor abaixo dos R$ 29,5 bi esperados pelo BC
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os grandes bancos que operam no país compraram o equivalente a R$ 19,5 bilhões em
carteiras de crédito de instituições financeiras de menor porte, valor que ficou abaixo dos
R$ 29,5 bilhões que o Banco
Central esperava ver aplicado
em operações desse tipo. O valor se refere aos negócios fechados entre o começo de outubro
e a última sexta-feira.
Como conseqüência, os R$
10 bilhões que não foram usados foram recolhidos pelo BC
no final da semana passada.
Desde o mês passado, o BC oferece aos grandes bancos que
concordarem em fazer transações desse tipo um desconto no
compulsório a ser recolhido.
Compulsório é o nome dado
à parcela dos depósitos bancários que fica retida nos cofres
do Banco Central. O instrumento serve para controlar a
quantidade de dinheiro em circulação no mercado, mas nas
últimas semanas tem sido usado para amenizar os problemas
de liquidez enfrentados pelo
sistema financeiro.
Ao incentivar os grandes
bancos a comprar carteiras de
crédito de seus concorrentes, o
Banco Central tenta injetar recursos nas instituições financeiras de menor porte, que passaram a encontrar dificuldades
para captar dinheiro no mercado depois do agravamento da
crise internacional.
O desconto no compulsório
para quem adquirisse outras
carteiras de crédito começou a
ser oferecido no dia 2 de outubro, mas, quatro semanas depois, apenas R$ 1,5 bilhão havia
sido aplicado nesse tipo de
transação.
O Banco Central decidiu, então, impor uma punição aos
bancos que não injetassem recursos nas instituições menores: eles deixariam de receber
juros sobre os recursos que fossem retidos por meio do compulsório. Depois de anunciada
essa medida, os bancos aceleraram o processo de compra de
carteiras de crédito.
Desde o final de setembro,
com o agravamento da crise,
medidas do BC liberaram para
o caixa dos bancos R$ 78 bilhões que estavam retidos por
meio do compulsório. O valor
equivale a 6,8% do volume de
crédito disponibilizado pelo
sistema financeiro no país.
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