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Amil anuncia compra da Medial por R$ 612,5 mi
Companhia chega a 5 milhões de usuários e busca fortalecer presença em SP
Segundo analistas, para ter sucesso, a Amil precisa
melhorar a sua capacidade
de integração com as
empresas adquiridas
DA REPORTAGEM LOCAL
DA FOLHA ONLINE
A Amil Participações anunciou ontem a compra de 51,9%
do capital da Medial Saúde, o
que lhe permite assumir o controle da empresa. Com a aquisição, a companhia ultrapassa 5
milhões de beneficiários.
Segundo a Amil, o preço a ser
pago aos controladores do grupo foi fixado em R$ 612,5 milhões, o que significa R$ 17,2
por ação da Medial Saúde e
aproximadamente R$ 8,4 por
ação da Medial Participações.
A Amil informou, ainda, que
fará uma OPA (Oferta Pública
de Aquisição) pelas ações da
Medial que se encontram nas
mãos de minoritários "em
igualdade de condições, inclusive preço, àquelas acordadas
com os acionistas controladores da Medial Saúde". Essa é
uma exigência do Novo Mercado, segmento da BM&FBovespa que tem regras rígidas de governança corporativa e no qual
estão listados os papéis de ambas as empresas.
"Para o cliente, tudo permanecerá como antes, já que a
Amilpar irá cumprir rigorosamente todos os contratos firmados anteriormente pela Medial Saúde. As oportunidades
são de melhoria para todos, fazendo parte de uma empresa
maior que sempre visa a qualidade acima de tudo", afirmou
Erwin Kleuser, diretor de Relações com Investidores da Amilpar, em comunicado.
A operação será submetida à
aprovação da ANS (Agência
Nacional de Saúde Suplementar) e aos órgãos de defesa da
concorrência.
Estratégia
De acordo com especialistas
do mercado financeiro, a aquisição da Medial tem como principal objetivo firmar a presença
da Amil em locais onde a sua
participação não é muito forte,
como a região metropolitana
da capital paulista. Com a compra, a participação de mercado
da Amilpar em São Paulo passará de 7,9% para 15,1%, e, no
Brasil, irá de 6,2% para 10,1%,
com um total de 4,2 milhões de
beneficiários em planos de saúde e 986 mil clientes em planos
de assistência dental.
Essa vantagem é que justificaria o elevado prêmio pago sobre as ações da Medial. Na
quarta-feira, elas estavam cotadas a R$ 14,70 e saltaram
11,56%, para R$ 16,40, ontem. O
preço-alvo (tido como justo),
conforme análise da Fator Corretora, está ao redor de R$ 17.
Também se trata de uma
chance de a Amil melhorar o
seu desempenho após alguns
trimestres de resultados desapontadores. No segundo trimestre deste ano, o lucro líquido do grupo foi de apenas R$
600 mil, ante os R$ 61,4 milhões verificados no mesmo período de 2008.
As vendas de produtos têm
crescido -embora a um ritmo
menor do que o observado nos
últimos anos-, porém as despesas aumentaram muito mais
devido principalmente a dois
fenômenos: a gripe suína, que
disparou uma corrida a médicos e hospitais, e a crise econômica internacional. Com medo
do desemprego, uma grande
parcela de clientes aproveitou
para se consultar e fazer exames. Da mesma forma agiu
quem foi efetivamente desligado do trabalho, mas contava
com o benefício de gozar do
plano de saúde por um tempo
adicional determinado.
O problema, dizem os especialistas, é que a Amil tem um
histórico ruim de utilização das
afinidades e de integração com
as empresas que compra. Há
casos de companhias incorporadas já há alguns anos que até
o momento não tiveram os seus
sistemas de informação absorvidos. Além disso, a carteira de
usuários da Medial é de baixa
qualidade e a sua rede própria
de hospitais está precisando de
investimentos.
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