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São Paulo, sábado, 20 de dezembro de 2003

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UM ANO DE LULA

Ministro, que temia efeitos da valorização do real, afirma que superávit comercial já passou de US$ 23,8 bi

Queda do dólar não afeta balança, diz Furlan

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento) disse ontem que a valorização do real em relação ao dólar neste ano acabou não afetando as exportações brasileiras. Até anteontem, segundo ele, a balança comercial acumulava no ano superávit de US$ 23,819 bilhões, um recorde histórico.
Com base nesses dados, Furlan estimou que o saldo deste ano vai ficar acima de US$ 24 bilhões e abaixo de US$ 25 bilhões. Projeção divulgada ontem pelo Banco Central reviu de US$ 23,5 bilhões para US$ 24 bilhão a previsão de superávit comercial para 2003.
Os temores de Furlan, no final do primeiro semestre, de que a valorização do real iria prejudicar as exportações não se confirmaram. Neste mês, a média diária de vendas está em US$ 324,1 milhões, 29,8% a mais do que a de dezembro de 2002.
No ano (até a última quinta-feira), as exportações somam US$ 70,874 bilhões, quase 20% a mais que as vendas acumuladas entre janeiro e a terceira semana de dezembro de 2002. Até o final do ano, as vendas devem chegar a cerca de US$ 73 bilhões.
Para Furlan, a desvalorização do dólar em relação a outras moedas, como o euro (União Européia) e o iene (Japão), ajudou as exportações brasileiras. "Praticamente toda a nossa exportação é feita em dólar. Nosso produto está ficando mais barato na Europa, no Japão, e em alguns outros mercados", disse ele.
No próximo ano, o ministro espera que as exportações cheguem a cerca de US$ 80 bilhões. É uma estimativa mais otimista que a da maioria dos analistas. O Ministério do Desenvolvimento e o mercado concordam, no entanto, que as importações vão crescer mais que as exportações.
No acumulado do ano (até quinta-feira), o Brasil comprou do exterior US$ 47,055 bilhões. De janeiro até a terceira semana de dezembro, as compras somavam US$ 46,451 bilhões.

Mais competitividade
Segundo Furlan, mesmo que as importações cresçam 20% no próximo ano não haverá problema para o país. Para ele, a alta das importações será benéfica, pois permitirá maior competitividade na indústria.
A alta das importações será um resultado do próprio crescimento econômico. O ministro afirmou que neste último trimestre o país já está crescendo e que os dados devem apontar para uma taxa de expansão da ordem de 3%.
Em relação ao crescimento de 2004, Furlan ponderou, no entanto, que "não é possível, como com uma varinha mágica, dizer que a renda que foi perdida de forma consiste [nos últimos cinco anos] será recuperada em 2004".
O ministro reconheceu ontem que a "política industrial veio tarde". Prevista para ser divulgada neste ano, os detalhes dessa política só serão conhecidos em 2004.
Furlan disse que não adiantava lançar uma política industrial sem ter o apoio dos demais ministérios e do presidente. "Não adianta lançar uma política que não anda". Segundo ele, hoje existe um consenso na Esplanada sobre o papel da política industrial.


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