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UM ANO DE LULA
Ministro, que temia efeitos da valorização do real, afirma que superávit comercial já passou de US$ 23,8 bi
Queda do dólar não afeta balança, diz Furlan
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento) disse ontem que a valorização do real em
relação ao dólar neste ano acabou
não afetando as exportações brasileiras. Até anteontem, segundo
ele, a balança comercial acumulava no ano superávit de US$ 23,819
bilhões, um recorde histórico.
Com base nesses dados, Furlan
estimou que o saldo deste ano vai
ficar acima de US$ 24 bilhões e
abaixo de US$ 25 bilhões. Projeção divulgada ontem pelo Banco
Central reviu de US$ 23,5 bilhões
para US$ 24 bilhão a previsão de
superávit comercial para 2003.
Os temores de Furlan, no final
do primeiro semestre, de que a
valorização do real iria prejudicar
as exportações não se confirmaram. Neste mês, a média diária de
vendas está em US$ 324,1 milhões, 29,8% a mais do que a de
dezembro de 2002.
No ano (até a última quinta-feira), as exportações somam US$
70,874 bilhões, quase 20% a mais
que as vendas acumuladas entre
janeiro e a terceira semana de dezembro de 2002. Até o final do
ano, as vendas devem chegar a
cerca de US$ 73 bilhões.
Para Furlan, a desvalorização
do dólar em relação a outras moedas, como o euro (União Européia) e o iene (Japão), ajudou as
exportações brasileiras. "Praticamente toda a nossa exportação é
feita em dólar. Nosso produto está ficando mais barato na Europa,
no Japão, e em alguns outros mercados", disse ele.
No próximo ano, o ministro espera que as exportações cheguem
a cerca de US$ 80 bilhões. É uma
estimativa mais otimista que a da
maioria dos analistas. O Ministério do Desenvolvimento e o mercado concordam, no entanto, que
as importações vão crescer mais
que as exportações.
No acumulado do ano (até
quinta-feira), o Brasil comprou
do exterior US$ 47,055 bilhões.
De janeiro até a terceira semana
de dezembro, as compras somavam US$ 46,451 bilhões.
Mais competitividade
Segundo Furlan, mesmo que as
importações cresçam 20% no
próximo ano não haverá problema para o país. Para ele, a alta das
importações será benéfica, pois
permitirá maior competitividade
na indústria.
A alta das importações será um
resultado do próprio crescimento
econômico. O ministro afirmou
que neste último trimestre o país
já está crescendo e que os dados
devem apontar para uma taxa de
expansão da ordem de 3%.
Em relação ao crescimento de
2004, Furlan ponderou, no entanto, que "não é possível, como com
uma varinha mágica, dizer que a
renda que foi perdida de forma
consiste [nos últimos cinco anos]
será recuperada em 2004".
O ministro reconheceu ontem
que a "política industrial veio tarde". Prevista para ser divulgada
neste ano, os detalhes dessa política só serão conhecidos em 2004.
Furlan disse que não adiantava
lançar uma política industrial sem
ter o apoio dos demais ministérios e do presidente. "Não adianta
lançar uma política que não anda". Segundo ele, hoje existe um
consenso na Esplanada sobre o
papel da política industrial.
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