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Bush aprova lei de energia que eleva produção de álcool
Norma amplia em quase 500% fabricação de combustível
JOHN M. BRODER
DO "NEW YORK TIMES"
Um projeto de lei que alterará de maneira lenta, mas decisiva, os automóveis que os norte-americanos dirigem, os combustíveis que eles utilizam, a
maneira pela qual iluminam
suas casas e os preços que pagam pelos alimentos foi sancionado ontem pelo presidente
George W. Bush, depois de conquistar aprovação por larga
margem na Câmara dos Representantes, um dia antes.
"Hoje [ontem], estamos dando um passo importante, com a
Lei da Segurança e Independência Energética", disse Bush
após assinar a lei, em evento no
Departamento da Energia. "É
um importante avanço para reduzir nossa dependência do petróleo, combater as alterações
no clima mundial, expandir a
produção de combustíveis renováveis e legar às futuras gerações um país mais forte, mais
limpo e mais seguro."
É a primeira vez em 32 anos
em que uma lei é utilizada com
o objetivo de impor padrões
mais severos de economia de
combustível para automóveis e
utilitários leves. Ela requer a
produção de 136 bilhões de litros anuais de combustíveis renováveis até 2022, uma ampliação de quase 500% ante o atual
nível de produção de álcool.
A medida também estabelece
novos padrões de eficiência
energética para equipamentos
domésticos e edifícios públicos
e estabelece um prazo de de
anos para a eliminação do uso
de lâmpadas incandescentes.
A aprovação do projeto de lei
marca uma das maiores reformulações de política energética
adotada pelos Estados Unidos
desde os embargos de petróleo
nos anos 70. Mas os custos totais da medida não serão conhecidos por anos.
Os críticos alegam que ela
tornará os carros e veículos comerciais menos seguros e mais
caros, desviará o uso de terras
hoje utilizadas na produção de
alimentos para o plantio de safras usadas na produção de álcool e outros combustíveis sintéticos, além de elevar o preço
da comida devido à competição
por milho e grãos entre os refinadores de combustíveis e os
produtores de alimentos e ração animal.
A deputada Nancy Pelosi,
presidente da Câmara dos Representantes, descreveu o projeto como revolucionário porque ele resultará em redução
nas importações de petróleo,
diminuirá as emissões dos gases que os cientistas culpam pelo aquecimento global e aumentará significativamente a
eficiência energética da frota
nacional de veículos. "Vocês estão presentes em um momento
de verdadeira mudança", disse
aos colegas antes da votação.
Pelosi e outros defensores do
projeto expressaram decepção
com o fato de a lei não incluir
requisitos de uso crescente de
fontes renováveis pelas empresas geradoras de energia e com
relação ao corte de um pacote
de subsídios a tecnologias de
energia eólica, solar, geotérmica e outras fontes alternativas,
que teria sido bancado pela imposição de tributos mais elevados sobre as companhias petrolíferas.
"A lei poderia ter sido mais
forte", disse a senadora Barbara Boxer. "É realmente lastimável que não tenhamos adotado
os padrões em relação à geração renovável de eletricidade
ou os incentivos para energia
eólica e solar. Mas lutaremos
por essas idéias no futuro."
Tradução de PAULO MIGLIACCI
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