|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Pequenas cidades sedes de hidrelétricas em MG lideram ranking do PIB per capita
DA SUCURSAL DO RIO
PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
Pequenas cidades do interior
de Minas Gerais e de São Paulo
sedes de hidrelétricas e mais
três municípios ligados à indústria do petróleo tinham, em
2005, os maiores PIBs per capita do país. Possuíam esse perfil
seis das dez mais polpudas rendas per capita, segundo o IBGE.
A primeira da lista era Cascalho Rico (MG), com R$
289.838. O município abriga a
usina de Emborcação, da Cemig, além de possuir uma unidade de beneficiamento de leite. Tinha só 2.618 habitantes.
"Esses dados são totalmente
errados", disse o secretário do
Planejamento de Cascalho Rico, Celso de Andrade. Andrade
calculou o PIB por cada um dos
2.799 habitantes do município
e chegou, considerando a arrecadação total anual de R$ 8,4
milhões, ao valor de R$ 3.000
-1% do valor apresentado pelo
órgão de estatística federal.
"Na nossa cidade não há miséria, ninguém morando em
condição subumana, mas não
tem riqueza. A riqueza para nós
tem parâmetros diferentes."
Na segunda posição, ficou
Araporã (MG), onde está a usina de Itumbiara (Furnas). Seu
PIB per capita era de R$
223.027. A cidade possuía uma
população um pouco maior
(5.897). Fronteira, em Minas, e
Ouroeste, em São Paulo, também sediavam hidrelétricas e
ficaram com a sexta e oitava posições, respectivamente.
Enquadrada no outro perfil,
São Francisco do Conde, sede
da refinaria da Petrobras da Bahia, tinha um PIB per capita de
R$ 211.601, o que lhe assegurava o terceiro lugar. Também tinham a mesma característica
Triunfo (RS), na quarta posição, e Paulínia (SP), na nona.
Elas abrigam o pólo petroquímico gaúcho e a maior refinaria
do país, respectivamente.
Sheila Zani, coordenadora do
PIB dos Municípios, diz que,
como a renda per capita é a relação entre PIB e população, cidades pouco povoadas e com
atividade econômica relevante
apresentam os maiores valores.
No eixo das capitais, um caso
exemplificou a forte correlação
do indicador com o número de
habitantes. Entre as capitais, o
mais alto PIB per capita era o
de Vitória -R$ 47.855. A cidade tinha das mais baixas populações entre as capitais: 313 mil
habitantes. Considerando só o
PIB, Vitória aparecia em 19º.
Atrás da capital capixaba, estavam Brasília (R$ 34.510), São
Paulo (24.083), Porto Alegre
(R$ 19.582) e Rio (R$ 19.524).
O PIB per capita, apesar de
sua representatividade, não se
traduz em qualidade de vida
nem em poder de compra da
população, medidos pelo IDH
(Índice de Desenvolvimento
Humano), da ONU, e pelo poder de paridade de compra (que
considera o poder de compra
das moedas dentro dos respectivos países).
(PS)
Texto Anterior: Saiba mais: Concentração sobe com nova metodologia Próximo Texto: Confederação de municípios contesta IBGE Índice
|