São Paulo, quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

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Pequenas cidades sedes de hidrelétricas em MG lideram ranking do PIB per capita

DA SUCURSAL DO RIO

PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

Pequenas cidades do interior de Minas Gerais e de São Paulo sedes de hidrelétricas e mais três municípios ligados à indústria do petróleo tinham, em 2005, os maiores PIBs per capita do país. Possuíam esse perfil seis das dez mais polpudas rendas per capita, segundo o IBGE.
A primeira da lista era Cascalho Rico (MG), com R$ 289.838. O município abriga a usina de Emborcação, da Cemig, além de possuir uma unidade de beneficiamento de leite. Tinha só 2.618 habitantes.
"Esses dados são totalmente errados", disse o secretário do Planejamento de Cascalho Rico, Celso de Andrade. Andrade calculou o PIB por cada um dos 2.799 habitantes do município e chegou, considerando a arrecadação total anual de R$ 8,4 milhões, ao valor de R$ 3.000 -1% do valor apresentado pelo órgão de estatística federal.
"Na nossa cidade não há miséria, ninguém morando em condição subumana, mas não tem riqueza. A riqueza para nós tem parâmetros diferentes."
Na segunda posição, ficou Araporã (MG), onde está a usina de Itumbiara (Furnas). Seu PIB per capita era de R$ 223.027. A cidade possuía uma população um pouco maior (5.897). Fronteira, em Minas, e Ouroeste, em São Paulo, também sediavam hidrelétricas e ficaram com a sexta e oitava posições, respectivamente.
Enquadrada no outro perfil, São Francisco do Conde, sede da refinaria da Petrobras da Bahia, tinha um PIB per capita de R$ 211.601, o que lhe assegurava o terceiro lugar. Também tinham a mesma característica Triunfo (RS), na quarta posição, e Paulínia (SP), na nona. Elas abrigam o pólo petroquímico gaúcho e a maior refinaria do país, respectivamente.
Sheila Zani, coordenadora do PIB dos Municípios, diz que, como a renda per capita é a relação entre PIB e população, cidades pouco povoadas e com atividade econômica relevante apresentam os maiores valores.
No eixo das capitais, um caso exemplificou a forte correlação do indicador com o número de habitantes. Entre as capitais, o mais alto PIB per capita era o de Vitória -R$ 47.855. A cidade tinha das mais baixas populações entre as capitais: 313 mil habitantes. Considerando só o PIB, Vitória aparecia em 19º.
Atrás da capital capixaba, estavam Brasília (R$ 34.510), São Paulo (24.083), Porto Alegre (R$ 19.582) e Rio (R$ 19.524).
O PIB per capita, apesar de sua representatividade, não se traduz em qualidade de vida nem em poder de compra da população, medidos pelo IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), da ONU, e pelo poder de paridade de compra (que considera o poder de compra das moedas dentro dos respectivos países). (PS)

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