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Conselheiro da Anatel vê riscos ao setor com a BrT-Oi
Voto vencido na aprovação do negócio, Plínio de Aguiar Jr. apontou ameaça à concorrência
Segundo ele, maior problema seria na internet banda larga;
para outros conselheiros, obrigações impostas à nova empresa são suficientes
HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O conselheiro Plínio de
Aguiar Júnior, voto vencido na
Anatel (Agência Nacional de
Telecomunicações) na deliberação que aprovou a compra da
Brasil Telecom pela Oi, alertou
para os riscos à competição que
a criação da nova empresa causará. Em sua análise, ele disse
que o setor de telecomunicações pode ficar "comprometido", em especial o segmento de
oferta de serviços de acesso à
internet em alta velocidade.
Em seu voto, Aguiar Júnior,
que foi indicação do PT para a
agência, disse que aprovaria a
operação, desde que com condicionantes propostas por ele,
que obrigassem a nova empresa a abrir a sua rede (fios de cobre e fibras óticas) para outros
competidores, proposta que
não foi aceita pelos outros três
conselheiros. Com esse condicionante derrubado, votou
contra a anuência prévia.
"Sem que haja fortes condicionamentos que propiciem
imediata abertura da infra-estrutura de acesso local à competição, o futuro das telecomunicações brasileiras [na região
de atuação da Oi-Brasil Telecom] fica comprometido, em
especial o desenvolvimento da
banda larga e, conseqüentemente, da inclusão digital, caso
um mesmo grupo econômico
explore as concessões nas duas
regiões", escreveu Aguiar Júnior em seu voto.
"Dessa forma, com relação à
anuência prévia ora analisada,
considerando que a operação
envolve riscos à competição e
que há necessidade de transferência de parte dos ganhos de
escala e escopo para a sociedade, concordo com sua aprovação, desde que os condicionantes a serem impostos pela Anatel à requerente [Oi], que apresentarei a seguir, sejam adicionados aos propostos pela conselheira relatora [Emília Ribeiro]", escreveu.
Condicionante
O principal condicionante
proposto pelo conselheiro derrotado foi a obrigação de as
concessionárias criarem unidades independentes do resto
da empresa para tratar oferta
da sua rede de fios para outras
empresas. Pela proposta derrotada, a Oi-Brasil Telecom teria
que fazer uma oferta pública de
desagregação de rede.
Na versão que acabou aprovada pela agência, foram estabelecidas outras condicionantes, acordadas entre os demais
conselheiros -Emília Ribeiro
(relatora), Antônio Bedran e
Ronaldo Sardenberg (presidente). Não foi aprovado nenhum condicionante mais forte em relação a como a Oi-Brasil Telecom dará acesso a sua
para outras empresas.
Na quinta, durante a entrevista coletiva na qual a Anatel
anunciou a anuência prévia, Ribeiro explicou, ao ser questionada sobre o tema, que a agência tratará do assunto em outra
oportunidade, dentro da revisão geral das regras do setor.
Os três votos vencedores acabaram concordando em uma
série de outros condicionantes
(15 no total). Entre os mais importantes, estão a obrigatoriedade de oferecer acesso à internet em alta velocidade em todos os municípios da área de
atuação e a manutenção dos
empregos da empresa até 25 de
abril de 2011.
No voto vencedor, acabou
passando uma versão mais
amena da proposta do conselheiro Plínio de Aguiar Júnior:
a criação de uma gerência separada para uso de rede.
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