São Paulo, domingo, 20 de dezembro de 2009

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Consumidor adota cautela nos gastos de Natal, diz Datafolha

Maioria diz que não pretende ampliar quantidade de presentes neste ano e afirma que dará preferência ao pagamento à vista

Para Mauro Paulino, diretor do instituto, crise teve efeito didático: as pessoas ficaram mais cuidadosas na hora de comprar e evitam dívidas

DA REPORTAGEM LOCAL

Otimista, porém cauteloso.
Assim se encontra o consumidor brasileiro neste final de ano. Segundo pesquisa feita pelo Datafolha, a maioria das pessoas não pretende aumentar o número de presentes neste Natal, quer gastar até R$ 200 e, de preferência, pagando à vista.
Enquanto 53% dos entrevistados na sondagem afirmaram que costumam distribuir mimos nos finais de ano, 49% disseram que vão realmente presentear agora. A região Sul do país é a que mais se destaca nas compras: 66% da população têm o hábito, e 59%, a intenção de fazê-lo em 2009.
Dos que desejam agradar a parentes e amigos, 37% devem adquirir uma quantidade de itens igual à do ano passado, 33% planejam comprar menos e 27%, mais.
Os valores desembolsados também serão pequenos. Para 29%, os gastos com todos os presentes serão de até R$ 100; 24% pretendem empatar de R$ 101 a R$ 200 nas compras; e 26% vão despender de R$ 201 a R$ 500. Apenas 9% preveem gastar mais de R$ 500.
No último grupo estão principalmente as pessoas com renda familiar acima de dez salários mínimos, que deverão levar para casa as TVs de LCD, os computadores e os outros eletroeletrônicos nos quais os lojistas estão apostando para aumentar as vendas neste ano.
Embora o valor dos presentes acompanhe a faixa de renda do consumidor, o temor de endividamento é praticamente igual no topo e na base da pirâmide: em média, 70% dos entrevistados dizem que vão pagar suas compras à vista.
Entre os que estudaram até o ensino fundamental, 72% preferem essa opção, escolhida por 67% dos que têm educação superior. As mulheres se mostram mais dispostas a comprar a prazo: 30% dizem que vão parcelar, ante 25% dos homens. Os mais velhos são os mais prudentes: somente 21% dos entrevistados com mais de 60 anos pretendem dividir o pagamento.
"Mesmo o Brasil tendo se recuperado rápido, foi um ano de crise. E as incertezas acabaram tendo um efeito didático sobre a sociedade, que agora se mostra mais cuidadosa", explica Mauro Paulino, diretor-geral do Datafolha. "Existe uma preocupação com as dívidas e empenho para manter as despesas sob controle." Economistas consideram que esse movimento é saudável e muito diferente do que acontecia em épocas anteriores de dificuldades, quando os consumidores ficavam atemorizados, abrindo espaço para a instalação do "Natal da lembrancinha".
A pesquisa Datafolha foi realizada com 11.429 consumidores em todo o Brasil, entre 14 e 17 deste mês. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
(DENYSE GODOY)


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