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São Paulo, terça-feira, 21 de janeiro de 2003

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TROCA DE COMANDO

Novo presidente construiu carreira no mercado financeiro

Casseb é indicado ao BB e se diz a favor da venda de ações

Lula Marques/Folha Imagem
O ministro Antonio Palocci (Fazenda) anuncia o novo presidente do Banco do Brasil, Cássio Casseb


LEONARDO SOUZA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Anunciado ontem pelo ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda) como novo presidente do Banco do Brasil, Cássio Casseb adotou um tom moderado em seu primeiro discurso, alinhado com o pensamento do mercado financeiro, área em que construiu sua carreira. No entanto, entrou em campo delicado ao mostrar-se favorável ao lançamento de ações da instituição no mercado.
"Quanto à venda de ações, todo mundo simpatiza com a operação. É uma operação muito simpática, muito boa, a questão é fazer no momento certo", disse.
No ano passado, no governo de Fernando Henrique Cardoso, o BB anunciou que venderia as ações do banco que não excedessem o necessário para manter o controle da instituição com a União. A decisão foi questionada por lideranças do PT e chegou a ser suspensa na Justiça. No fim de dezembro, por falta de demanda por parte dos investidores da área financeira, o governo resolveu suspender a venda dos papéis.
Casseb, que no mercado ocupou a presidência do Credicard e foi vice do Citibank, disse que o BB "tem de ser administrado com consciência e responsabilidade, visando o retorno ao acionista".
Questionado se seria prioridade do banco aumentar o crédito à exportação de pequenas e médias empresas -o crescimento do saldo comercial é uma das principais bandeiras do novo governo na área econômica-, Casseb foi cauteloso: "Na medida em que houver oportunidades de mercado para crescimento, seguramente o BB vai aproveitá-las", disse.
Segundo ele, o crédito à exportação estará incluído no esforço do banco para aumentar os financiamentos e colaborar para o crescimento do país. "O BB pode ser uma das grandes contribuições para esse desempenho [crescimento], mas com consciência de crédito, com responsabilidade visando o retorno do acionista."
"O BB se destaca praticamente em todos os setores. Trata de cumprir com suas missões públicas, ao mesmo tempo em que compete no mercado de crédito, visando resultados", completou.
Ele disse que não há risco de que o banco seja utilizado com fins políticos. "O governo não tem tendência nesse setor. O BB é uma empresa de capital aberto, e isso por si só já é um respaldo de que tem de ser administrado com consciência e responsabilidade.
Casseb se disse favorável também à emissão de certificados de dívida do banco no exterior, para a obtenção de empréstimos.
Na semana passada, o BB anunciou que deveria nos dias seguintes emitir títulos no mercado internacional, a exemplo do que fizeram grandes bancos privados.
Casseb disse que a "emissão é saudável", que "as portas estão se reabrindo no mercado internacional" e que "é um bom momento [para a tentativa]". Mas ressaltou que a data exata para a emissão e o valor da captação ainda dependem de critérios técnicos.

Diretoria
Dos sete vice-presidentes do BB, Palocci e Casseb resolveram manter dois da atual administração, Rossano Maranhão Pinto (Negócios Internacionais) e Ricardo Alves da Conceição (Agronegócios).
Outros três, Edson Machado Monteiro (Varejo), Luiz Oswaldo Santiago de Souza (Crédito e Gestão de Pessoas) e Adézio de Almeida Lima (Controle e Relações com Investidores), são funcionários de carreira do banco. Os dois últimos, José Luiz de Cerqueira César (Tecnologia) e Luiz Eduardo Franco de Abreu (Finanças), vieram do mercado.

Novas metas
O ministro Palocci disse que hoje serão anunciadas as metas e o critério do regime de metas para a inflação que prevalecerão ao longo do atual governo. A entrevista deve ocorrer por volta das 12h.


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