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São Paulo, terça-feira, 21 de janeiro de 2003

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JUROS

Para analistas, corte não é prudente pois inflação não cedeu, mas é cedo para elevar taxa devido a guerra iminente

Copom manterá Selic em 25%, diz mercado

DA REPORTAGEM LOCAl

A taxa básica de juros da economia não deve ser alterada na reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) que começa hoje. A opinião de analistas e economistas ouvidos pela Folha é unânime: o Copom manterá a Selic nos atuais 25% ao ano. A justificativa do Copom para elevar a taxa de juros em três pontos percentuais em dezembro foi a preocupação com os reajustes de preços e, consequentemente, as maiores dificuldades para o governo não estourar a meta de inflação.
"Parece um pouco precipitado, logo após a elevação de juros no final do ano, já especularmos sobre a possibilidade de uma redução de juros futura. A resposta da economia em relação aos juros estende-se por seis a nove meses", afirma Hugo Penteado, economista-chefe do ABN-Amro Asset Management.
Para Penteado, o Copom vai manter os juros nos patamares atuais e com viés neutro. "Se é precipitado aguardar uma redução de juros, é talvez também exagerado antecipar mais elevações. O motivo está na necessidade de evitar flutuações indesejáveis na atividade econômica, um objetivo não menos desprezível que o de manter a inflação estável. Faz todo o sentido esperar a reação da economia no início de 2003, bem como a das expectativas inflacionárias, antes de elevar novamente os juros", diz Penteado.
Para Sandra Utsumi, economista-chefe do BES Investimentos, nem a ameaça de guerra é razão suficiente para elevação de juros agora. Segundo ela, é preciso esperar ainda para ver a extensão de um possível conflito.
Alexandre Schwartsman, economista-chefe do Unibanco, cita a estabilidade nas expectativas de inflação do mercado como outro motivo para a manutenção dos juros atuais.

Expectativa
Na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), as projeções dos contratos DI também indicam expectativa de manutenção dos juros por parte dos investidores. O contrato DI de prazo em fevereiro fechou com taxa de 25,14% anuais, muito próxima da Selic.
Para Clive Botelho, diretor financeiro do banco Santos, não há espaço para o Copom cortar juros no momento.
"A inflação cedeu um pouco, mas não vejo chances de o Copom cortar os juros. Também acho que é cedo para subir a Selic, pois ainda não houve tempo das últimas elevações de juros surtirem o efeito esperado", diz Botelho. (FABRICIO VIEIRA E ÉRICA FRAGA)


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