São Paulo, sábado, 21 de janeiro de 2006

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MEMÓRIA

Batalha jurídica e política marcou venda da estatal

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A privatização da Vale do Rio Doce, em maio de 1997, foi marcada por uma batalha jurídica que começou tão logo o processo de venda se iniciou, foi reforçada no dia da realização do leilão na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro e continuou se arrastando depois de confirmada a transferência para iniciativa privada.
Avaliada em R$ 10,4 bilhões, a Vale era a empresa mais valiosa na lista de privatizações do governo. Houve muita resistência à sua privatização.
Independentemente de detalhes técnicos e jurídicos, estavam em jogo questões ideológicas com argumentações que iam da incapacidade do setor público de administrá-la à defesa da soberania nacional.
De um lado, partidos, movimentos da esquerda e políticos da região dependente economicamente da empresa tentavam evitar a privatização a todo custo sob alegação de que um "símbolo nacional" estava sendo entregue para a iniciativa privada. Do outro, o governo, com problemas de caixa e com necessidade de mostrar-se atrativo para investidores estrangeiros em razão da fragilidade das contas externas. Alegava que não tinha condições de realizar os investimentos que a empresa requeria.
O leilão da Vale foi adiado várias vezes por força de decisões judiciais. Para assumir a mineradora, o consórcio Brasil (comandado pelo grupo Vicunha/CSN) pagou ágio de 20% sobre o preço mínimo fixado.


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