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Estrangeiros dobram investimentos nos EUA
Valor atinge US$ 414 bilhões em 2007, diz o "NYT"
DA REDAÇÃO
Com os sinais de desaceleração da economia norte-americana e a perda de valor do dólar,
os investidores estrangeiros
quase dobraram no ano passado os valores colocados na
aquisição de participação de
empresas, por meio de compras diretas ou de participação
acionária, nos Estados Unidos.
Os estrangeiros investiram
US$ 414 bilhões nesses negócios no ano passado, um montante mais de 90% superior ao
de 2006 e mais que o dobro da
média da última década, segundo dados da Thompson Financial divulgados pelo "New York
Times". Esse valor representa
mais de um quarto dos negócios realizados em 2007. No
Brasil, estima-se que o fluxo de
investimento estrangeiro direto tenha chegado a US$ 35 bilhões no ano passado, quase o
dobro dos US$ 18,8 bilhões
apurados em 2006.
E, somente nas duas primeiras deste ano, eles já investiram
mais US$ 22,6 bilhões na compra de participação de empresas norte-americanas -mais da
metade dos negócios anunciados no começo do ano. E, caso a
economia dos Estados Unidos
realmente entre em recessão,
especialistas dizem que deve
aumentar o ritmo de entrada
de dinheiro vindo de fora.
Duas das principais instituições financeiras americanas, o
Citigroup e o Merrill Lynch,
por exemplo, anunciaram na
última semana que receberam
mais US$ 21 bilhões em investimentos, em uma tentativa de
recuperar suas finanças abaladas pelas perdas com títulos do
mercado hipotecário "subprime" (para pessoas com histórico ruim de pagamento). A
maior parte do dinheiro virá de
fundos de governos de países
como Kuait e Cingapura.
O investimento estrangeiro é
uma tentativa de manter a economia americana crescendo,
em um momento de aperto no
crédito, mas a presença de dinheiro vindo de fora, especialmente de fundos soberanos, faz
lembrar o final dos anos 1980 e
o início da década seguinte,
quando empresas japonesas,
por exemplo, compraram o
Rockefeller Center, um dos ícones da cidade de Nova York.
Proteção
Legisladores e autoridades
reguladoras estão pedindo um
exame minucioso para evitar
que outros países não adquiram influência sobre o sistema
financeiro e tecnologia militar.
A enorme liquidez em alguns
países, especialmente na Ásia,
com os altos preços do petróleo, e a crise em algumas das
maiores instituições financeiras mundiais criaram o cenário
para que os fundos de investimento controlados pelos governos conseguissem adquirir
participação expressiva em instituições tradicionais.
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