São Paulo, quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

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Grupo já vendeu R$ 4,8 bilhões em ativos nos últimos meses

AGNALDO BRITO
JULIO WIZIACK
DA REPORTAGEM LOCAL

Apesar do anúncio da compra da Aracruz pela controlada VCP, o Grupo Votorantim acelerou a venda de seus ativos e reforçou o caixa nos últimos meses. Em apenas dois negócios, o maior grupo privado da América Latina levantou R$ 4,8 bilhões e pode ampliar essa cifra em mais R$ 2,4 bilhões caso sejam confirmadas outras negociações já esperadas pelo mercado.
O maior negócio ocorreu na semana passada, quando o grupo aceitou a oferta do Banco do Brasil por metade do Banco Votorantim. O BV é a oitava maior instituição financeira privada do país. O valor da operação foi de R$ 4,2 bilhões.
Em novembro, o grupo havia vendido para a Monsanto a Canavialis e a Alellyx, duas empresas de biotecnologia consideradas as "joias" do portfólio de empresas estratégicas geridas pelo fundo administrado pela Votorantim Novos Negócios. A venda rendeu R$ 600 milhões. O negócio chegou a ser criticado pelo ministro de Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende, por considerá-lo uma transferência de conhecimento para uma multinacional.
Há outras duas operações que podem ocorrer em breve, por ora negadas pelo Grupo Votorantim. A maior ocorreria com a decisão do Grupo Votorantim de deixar o controle da CPFL Energia, uma das maiores companhias de distribuição do país, responsável pelo fornecimento de energia elétrica para boa parte do interior paulista. A CPFL também se tornou uma empresa de geração de energia.
A Votorantim detém 14,2% da empresa, participação que vale aproximadamente R$ 2 bilhões. A Cemig, controlada pelo governo de Minas Gerais, confirmou uma oferta pela participação, mas a Neoenergia, controlada pelo fundo de pensão Previ, também estaria na disputa. Segundo a Folha apurou, o negócio pode ser fechado ainda neste mês.
Com valor estimado em R$ 400 milhões, a participação da Votorantim Novos Negócios na Tivit, empresa prestadora de serviços na área de tecnologia, também pode estar à venda. A Votorantim detém atualmente 72,1% da Tivit, o Pátria tem 12,4%, por meio de um fundo de investimentos, e a Telefutura, 15,5%.
Em 2007, ano em que a empresa registrou prejuízo de R$ 6 milhões, o faturamento ficou em R$ 750 milhões. Estimativas do mercado indicam que a Tivit tenha obtido mais de R$ 1 bilhão em receitas em 2008. Atualmente, ela conta com cerca de 25 mil funcionários em 18 unidades e exibe uma carteira com 1.200 clientes.


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