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GM concede licença a 1.600 em São Caetano
PAULO DE ARAUJO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Um dia depois do fim das férias coletivas na fábrica de São
Caetano do Sul, a General Motors concedeu licença remunerada com prazo indeterminado
para 1.633 dos cerca de 6.000
trabalhadores da linha de montagem da unidade.
Em nota, a montadora atribui a medida à "diminuição da
atividade no setor automobilístico" e diz que as "previsões de
vendas de veículos de porte
médio no mercado interno para o primeiro trimestre de 2009
estão sendo revistas, como reflexo da crise financeira internacional". Em São Caetano, são
produzidos os modelos Corsa,
Vectra e Astra.
Com a medida, o terceiro turno da fábrica fica extinto, mas
haverá desfalques também no
primeiro e no segundo turnos,
disse o vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São
Caetano do Sul, Franciso Nunes Rodrigues.
De acordo com ele, a GM
convocou reunião extraordinária na noite de segunda com representantes dos trabalhadores. O sindicalista disse que a licença remunerada foi a forma
encontrada para evitar dispensas, como aconteceu em São
José dos Campos, em que 744
empregados foram desligados
na semana passada.
"Inicialmente, eles queriam
demitir, mas conseguimos chegar a um consenso e dar tempo
hábil para ver se a economia
reage. A situação é preocupante", disse Nunes.
Segundo ele, todos os 1.633
trabalhadores -que já tiveram
o trabalho suspenso ontem-
têm contrato por prazo determinado com vencimento a partir do dia 27 de fevereiro. A GM
informou que "honrará os termos dos contratos de trabalho
por prazo determinado firmados de cada um dos funcionários temporários até suas respectivas expirações".
O vice-presidente do sindicato dos metalúrgicos afirmou
que, antes da crise, quando
operava a pleno vapor, a fábrica
produzia 1.200 carros por dia.
Agora, passará a produzir 480
unidades. Em férias coletivas
desde o dia 22 de dezembro, os
trabalhadores retornaram na
última segunda.
Na próxima terça, sindicato e
montadora devem se reunir para definir o prazo da licença remunerada. "Vamos ficar atentos para não deixar que haja demissões", disse Nunes.
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