São Paulo, quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

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GM concede licença a 1.600 em São Caetano

PAULO DE ARAUJO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Um dia depois do fim das férias coletivas na fábrica de São Caetano do Sul, a General Motors concedeu licença remunerada com prazo indeterminado para 1.633 dos cerca de 6.000 trabalhadores da linha de montagem da unidade.
Em nota, a montadora atribui a medida à "diminuição da atividade no setor automobilístico" e diz que as "previsões de vendas de veículos de porte médio no mercado interno para o primeiro trimestre de 2009 estão sendo revistas, como reflexo da crise financeira internacional". Em São Caetano, são produzidos os modelos Corsa, Vectra e Astra.
Com a medida, o terceiro turno da fábrica fica extinto, mas haverá desfalques também no primeiro e no segundo turnos, disse o vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano do Sul, Franciso Nunes Rodrigues.
De acordo com ele, a GM convocou reunião extraordinária na noite de segunda com representantes dos trabalhadores. O sindicalista disse que a licença remunerada foi a forma encontrada para evitar dispensas, como aconteceu em São José dos Campos, em que 744 empregados foram desligados na semana passada.
"Inicialmente, eles queriam demitir, mas conseguimos chegar a um consenso e dar tempo hábil para ver se a economia reage. A situação é preocupante", disse Nunes.
Segundo ele, todos os 1.633 trabalhadores -que já tiveram o trabalho suspenso ontem- têm contrato por prazo determinado com vencimento a partir do dia 27 de fevereiro. A GM informou que "honrará os termos dos contratos de trabalho por prazo determinado firmados de cada um dos funcionários temporários até suas respectivas expirações".
O vice-presidente do sindicato dos metalúrgicos afirmou que, antes da crise, quando operava a pleno vapor, a fábrica produzia 1.200 carros por dia. Agora, passará a produzir 480 unidades. Em férias coletivas desde o dia 22 de dezembro, os trabalhadores retornaram na última segunda.
Na próxima terça, sindicato e montadora devem se reunir para definir o prazo da licença remunerada. "Vamos ficar atentos para não deixar que haja demissões", disse Nunes.


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